Brasil (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2012 às 14h15.
São Paulo - O Banco do Brasil e a Previ, fundo de pensão dos funcionários da instituição financeira, negaram nesta sexta-feira a venda de participações na Neoenergia, holding de elétricas no Brasil que a espanhola Iberdrola busca assumir o controle.
Reportagem do jornal Valor Econômico desta sexta dizia que a Iberdrola, que junto com BB e Previ integra o bloco de controle da Neoenergia, estaria perto de anunciar acordo para assumir o controle da holding com ativos de distribuição e de geração de energia no país.
Segundo o Valor, a empresa espanhola -que tem 39 por cento do capital da Neoenergia- elevaria sua participação para cerca de 60 por cento, com redução da fatia da Previ e saída do BB.
Ao mesmo tempo, o BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entraria como sócio estratégico, com 15 por cento da Neoenergia.
O BNDES informou por meio de comunicado "que não cogita efetuar operação de aquisição de ações de emissão da Neoenergia".
O BB e a Previ, em notas à imprensa, disseram que "não procede matéria veiculada na imprensa sobre a venda" de participação na Neoenergia.
Em setembro, uma fonte próxima do assunto já havia afirmado à Reuters que a Iberdrola estava negociando aumentar participação da Neoenergia para ao redor de 60 por cento, com a Previ ficando com 20 por cento e o BNDES, com outros 20 por cento.
O presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, já afirmou também que a empresa espanhola quer ser majoritária na Neoenergia, empresa que controla as distribuidoras Cosern, Celpe e Coelba, e que tem participações na usina hidrelétrica Teles Pires e em Belo Monte.
Os analistas Gustavo Schroden e Mateus Renault, do Espírito Santo Investment Bank, calculam que o valor justo da Neoenergia seria de 10,85 bilhões de reais, sendo que a participação do BB na empresa valeria 1,3 bilhão de reais.
Elektro: moeda de troca
Em janeiro deste ano, a Iberdrola anunciou a compra da Elektro, distribuidora de energia em parte do Estado de São Paulo e em cidades do Mato Grosso do Sul, por 1,78 bilhão de euros.
No mercado, cogita-se que a Elektro serviria como moeda de troca com a Previ, que também está no bloco de controle a CPFL, para que a Iberdrola aumentasse a participação na Neoenergia.