TAM: ratings rebaixados, caixa em alta (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - Para muitos empresários, ter os ratings de sua empresa rebaixados por agências de classificação de risco é algo para se preocupar. No entanto, o presidente da TAM, Líbano Barroso, parece tranqüilo com o rebaixamento da companhia pela Standard & Poor`s, que considerou o alto endividamento, sem a perspectiva de crescimento na taxa de ocupação, para a reavaliação.
"A decisão da agência é soberana, mas isso não afeta nossos negócios", disse Barroso, após a coletiva de imprensa nesta quinta-feira (13) sobre a oficialização da TAM na Star Alliance, maior agência de aviação com 26 companhias aéreas de todo o mundo. A TAM é a única brasileira a participar do programa.
A aparente despreocupação de Barroso é explicada por bons números. No início do ano, a TAM teve reforço de 660 milhões de reais em caixa com o IPO da Multiplus, subsidiária da TAM, que beneficia a companhia aérea com o programa Multiplus Fidelidade.
No ano passado, a companhia captou também 600 milhões de dólares em debêntures. Hoje, a TAM conta com 2,1 bilhões de reais em caixa. A própria S&P elogiou a liquidez da empresa com base nesses números.
Com a entrada na Star Alliance, a TAM ganha maior projeção internacional e pode chamar a atenção de investidores estrangeiros. Tramita na Câmara um projeto que prevê um aumento da participação de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras de 20% para 49%.
Barroso diz que está ciente disso, mas até o momento não houve propostas concretas e essa nem é uma preocupação da empresa para agora. "O nosso crescimento é baseado em capital próprio", afirma ele. "Queremos nos concentrar no financiamento das aeronaves que pelos próximos 2 anos está garantido com 200 milhões de dólares", diz ele. A TAM ainda espera uma redução de 6% nas despesas da empresa com a entrada na Star Alliance.
Mesmo com o rebaixamento, os analistas destacam que os ratings da companhia podem voltar a ser elevados, caso a TAM reduza o seu endividamento total com uma melhora na geração de caixa. Essas novas medidas indicam que isso poderá acontecer, mesmo que seu presidente diga que não se importa com isso.