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Chefe do Walmart Brasil terá 100 dias para planejar operação

Há pouco mais de dois meses à frente da empresa no país, Guilherme Loureiro planeja fazer a filial crescer e tornar a operação líder no Brasil


	Funcionário do Walmart organiza produtos nas prateleiras de uma das lojas da companhia: antes de apresentar o plano, o executivo terá a ingrata missão de fechar 25 lojas no país
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Funcionário do Walmart organiza produtos nas prateleiras de uma das lojas da companhia: antes de apresentar o plano, o executivo terá a ingrata missão de fechar 25 lojas no país (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 09h29.

São Paulo - Prestes a concluir a arrumação da casa, com o fechamento de 25 lojas no País até o fim da semana que vem, o novo presidente do Walmart Brasil, Guilherme Loureiro, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que os planos da maior varejista do mundo para o mercado brasileiro são ambiciosos.

"“Queremos crescer e tornar a operação líder no Brasil."” Ele comandou, na terça-feira, 5, um evento de sustentabilidade do qual participaram 18 fornecedores da rede.

Há pouco mais de dois meses à frente da empresa no País, Loureiro, disse que a direção mundial do Walmart lhe deu prazo de 100 dias para que ele traçasse planos para a filial brasileira. "“Estou formulando a minha visão de negócio e onde queremos levar o Walmart Brasil.”"

Mas antes de apresentar o plano para a direção mundial, o executivo foi incumbido de uma missão ingrata: fechar 25 lojas que envolvem o corte de cerca de 1,5 mil postos de trabalho, conforme informado em meados do mês passado, quando foi anunciado o enxugamento.

Loureiro disse que a maioria dos pontos de venda já foi encerrada “sem grandes transtornos”. Isto quer dizer, segundo ele, que se procurou aproveitar parte dos trabalhadores dentro da própria empresa.

De toda forma, ele acredita que este recuo é necessário para que a rede possa crescer mais e rapidamente. “Preciso ser eficiente, ter uma resposta positiva dos meus consumidores para dar uma resposta também positiva aos meus acionistas para continuar crescendo. E essas lojas estavam atravancando.”

Desde que chegou no País, em 1995, a operação brasileira do Walmart não conseguiu atingir a liderança. Na estreia, comprou uma briga de grandes proporções com indústria por vender produtos abaixo do custo. Além disso, tinha em suas prateleiras itens inadequados ao mercado local, como tacos de golfe, por exemplo.


Depois destes episódios, passou a insistir que cresceria só abrindo lojas próprias e jamais por aquisições de redes locais.

Essa estratégia, no entanto, se revelou desastrosa. Com o passar do anos, a rede se abrasileirou: comprou concorrentes locais de Norte a Sul do País, passou a vender “bolo de rolo”, doce típico do Nordeste, e até foi recrutar seu presidente entre os executivos da indústria, algo impensável 20 anos atrás. Loureiro, por exemplo, veio do outro lado do balcão. Por 24 anos trabalhou na Unilever, gigante global da indústria de alimentos, higiene e limpeza.

Resultados

Apesar de ter mudado de estratégia, a operação brasileira ainda é vista de forma crítica pela direção mundial do Walmart.

Durante apresentação realizada no mês passado na sede da empresa em Bentonville (EUA), a direção mundial destacou que o Brasil vem tendo retorno sobre os investimentos menor do que a média das operações internacionais da companhia, mas ponderou que são grandes as oportunidades de melhoria no País.

No primeiro e no segundo trimestre, o Walmart perdeu vigor no Brasil em relação aos concorrentes. Entre janeiro e março, as vendas brutas da empresa cresceram 5,5% no País em relação a igual período de 2012. No segundo trimestre, as vendas totais aumentaram 2,8% na comparação anual.


Enquanto isso, o Grupo Pão de Açúcar, ampliou em 10,6% a receita bruta com alimentos no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2012 e registrou acréscimo de 8,8% no segundo trimestre, nas mesmas bases de comparação. No Carrefour, o acréscimo de receita bruta no primeiro trimestre havia sido de 13,3% na comparação com igual período de 2012.

Apesar de animado com a meta de levar a filial brasileira à liderança, Loureiro está ciente do grande desafio que tem pela frente. No ano passado, a rede faturou no País R$ 25,9 bilhões e ocupou a terceira posição do ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), atrás do Grupo Pão de Açúcar, líder com vendas com R$ 57,2 bilhões, seguido pelo Carrefour, que faturou R$ 31,4 bilhões.

Ele disse que não foi definido em quanto tempo essa meta deve ser atingida. “Somos o terceiro maior varejista do Brasil. Temos um longo caminho para nos tornarmos líder.”

Enquanto elabora os planos de longo prazo, o executivo não pode deixar a peteca cair. Ele contou que o seu foco hoje é deixar as lojas azeitadas para a venda de fim de ano, o melhor momento para o varejo. “Essa é a hora de não causar a menor ruptura na operação.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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