Rio - Apesar da liminar obtida pela Diamond Offshore Netherlands para tentar impedir os detentores de títulos de votarem na assembleia de credores da OGPar (antiga OGX), o presidente da companhia, Paulo Narcélio, está confiante na aprovação do plano de recuperação judicial.
Mesmo que o grupo não vote, a avaliação é que para a maioria dos fornecedores interessa o salvamento da empresa.
"Não enxergamos interesse de que a companhia seja liquidada. Boa parte desses credores ainda são fornecedores".
A manutenção da liminar significa restringir a votação, diz, "aos detentores de apenas 10% dos créditos". "É um processo que fica questionável, com pouca legitimidade."
Os bondholders possuem US$ 3,6 bilhões em títulos da OGPar, mas não aparecem individualizados na lista de credores. A maior parte deles está representada pelo Deutsche Bank (instituição depositária de parte dos bônus).
A liminar determina que votem apenas os credores listados. A OSX tem US$ 1,5 bilhão a receber e os demais fornecedores cerca de US$ 500 mil.
Segundo fontes envolvidas nas negociações, a petroleira apresentou hoje recurso para cassar a liminar que impede os detentores de títulos de votarem na reunião de credores marcada para terça-feira, 3, na Bolsa de Valores do Rio.
Caso o plano seja aprovado no dia 3, a expectativa é que 30 dias depois o documento seja homologado.
Cumprido à risca o cronograma de aprovação do plano e conversão das dívidas em ações, a OGPar passaria a ter novos controladores em um prazo de cinco meses (150 dias) após a aprovação do plano de recuperação judicial pelos credores.
Após a reestruturação, os credores passarão a ter 90% da empresa, os minoritários ficarão com uma fatia de 4,98%, a Centennial, controlada por Eike, terá 5,02%, e o empresário ficará com apenas uma ação.
Narcélio diz que sair da recuperação judicial é fundamental para a OGPar "voltar a ter uma vida normal". A condição de "recuperanda" restringe as alternativas de financiamento.
Ele informou que negocia um tipo de financiamento em que são oferecidas como garantia as reservas certificadas do campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos, e da fatia da ex-OGX no bloco BS-4, na bacia de Santos.
A modalidade é chamada "Reserve Based Lending".
O objetivo é levantar os recursos equivalentes ao montante que será investido pela companhia em 2015. O valor, porém, não está definido.
A companhia tem ainda R$ 95 milhões a receber pela venda da OGX Maranhão e pleiteia R$ 92 milhões de crédito de Imposto de Renda retido referente ao ano de 2010.
Há ainda a expectativa de ingresso de US$ 30 milhões na empresa com a venda de ativos na Colômbia, além da liberação de US$ 14 milhões dados em garantia à Agência Nacional de Hidrocarburos (a ANP local).
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1. Acerto de contas
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1/11 (Fred Prouser / Reuters)
São Paulo – O empresário
Eike Batista, que já foi o sétimo homem mais rico do mundo pela Forbes, se desfaz hoje de uma série de ativos com o objetivo de acertar as contas com os credores ou, pelo menos, economizar um pouco. O mais recente deles foi o Hotel Glória,
vendido pra o grupo suíço Acron, e parte da
CCX para a turca Yildirim. A seguir, relembre quais negócios tiveram que ser passados para frente por ele desde a decadência de seu império X no ano passado. * Atualizado às 9h, do dia 4/02
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2. CCX
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2/11 (Divulgação)
Na segunda-feira, 03 de fevereiro, Eike assinou um acordo para vender ativos da empresa de carvão CCX na Colômbia para a turca Yildirim por 125 milhões de dólares. O valor é 72% abaixo do previsto em um memorando assinado entre as duas companhias no final de outubro, de 450 milhões de dólares.
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3. OGX (agora OGP)
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3/11 (Divulgação)
A Óleo e Gás Participações, ex-
OGX, está atualmente tendo suas documentações analisadas pela agência reguladora do setor de petróleo. O objetivo é saber se a companhia tem capacidade financeira para manter blocos exploratórios sob concessão. Rebatizada de OGP, a petroleira entrou em recuperação judicial em 30 de outubro, com dívidas de quase 14 bilhões de reais – trata-se do maior processo de recuperação judicial já feito na América Latina.
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4. MMX
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4/11 (Rich Press/Bloomberg)
A companhia holandesa Trafigura é o novo dono do principal ativo da mineradora MMX desde setembro, quando pagou 400 milhões de dólares por 65% do Porto Sudeste, em Itaguaí, no Rio de Janeiro. A companhia já vendeu ativos no Chile para a chilena Cooper Mining e ainda colocou outros em seus classificados, segundo informações divulgadas pelo mercado – o sistema Serra Azul, em Minas Gerais, é um dos que estaria à venda.
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5. LLX (agora Prumo)
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5/11 (Divulgação)
Desde outubro, a empresa de logística de Eike mudou de comando e, pouco tempo depois, também de nome. A companhia, cujo principal ativo é o Porto de Açú, no Rio de Janeiro, foi vendida para o grupo EIG, que irá injetar 1,3 bilhão de reais na reestruturação da empresa, agora rebatizada de Prumo. Com a venda, o empresário viu sua fatia cair de estimados 53% para 21%.
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6. OSX
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6/11 (Divulgação)
Uma das empresas mais dependentes da petroleira OGX, a OSX teve uma série de pedidos de plataforma de construção naval cancelados pela petroleira do mesmo grupo, motivo pelo qual passou a atrasar o pagamento de fornecedores. O BTG
estaria negociando a venda do estaleiro desde julho, inclusive com conversas com Jurong e a Fels, ambos de Cingapura, e a Odebrecht, mas nada foi fechado por enquanto. A empresa segue em recuperação judicial, com uma dívida bilionária.
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7. Pink Fleet
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7/11 (Divulgação)
O luxuoso iate do empresário, o Pink Fleet, era usado para eventos corporativos e passeios turísticos na Baía de Guanabara até ter de entrar no acerto de contas de Eike com os credores. Porém, a venda não gerou interesse e passou-se a cogitar então a doação do iate para a Marinha – que também rejeitou a oferta. No fim das contas, Pink Fleet deve virar sucata – ao menos para reduzir os custos elevados de mantê-lo funcionando.
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8. Rock in Rio
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8/11 (Buda Mendes/Getty Images)
Roberto Medina já afirmou em alto e bom que não quer mais Eike como sócio no festival Rock in Rio e até já já contratou o BTG Pactual para tocar a negociação. O que o empresário não sabia, no entanto, era que Eike teria oferecido sua fatia de 50% no festival ao fundo Mubadala como garantia de empréstimos,
de acordo com a coluna Radar, de Veja.
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9. Marina da Glória
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9/11 (GettyImages)
No início de março, a MGX Empreendimentos Imobiliários e Serviços Náuticos, do empresário, já havia anunciado que a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, passaria por uma reformulação e seria liderada por uma nova equipe. Meses depois, no final de setembro, o controle do negócio já tinha mudado de mãos. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda do controle para uma holding do setor, a BRM Holding de Investimento Glória.
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10. Jato
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10/11 (Divulgação/Gulfstream)
Ainda em janeiro, o empresário
teria vendido seu jato Gulfstream 550 a um milionário chinês por 41 milhões de dólares. Vale lembrar que ex-homem mais rico do Brasil chegou a ter uma frota de seis jatos e helicópteros. Agora, só sobrou o helicóptero Agusta Grand, também à venda.
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11. Agora, veja os 10 bilionários que mais perderam dinheiro em 2013
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11/11 (Flickr)