Siemens: empresa é uma das alemãs com maior presença nos EUA (Miguel Villagran/Getty Images)
EFE
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 12h19.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2017 às 15h45.
Berlim - O presidente da Siemens, Joe Kaeser, se disse "preocupado" pela chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e considerou que seria "muito triste que o país renunciasse à tradicional defesa da liberdade".
"Nos preocupa muito, e a mim pessoalmente, ouvir declarações que não encaixam com a percepção que até agora tínhamos desse país", afirmou Kaeser antes de iniciar uma reunião com acionistas da companhia, que apresentou hoje os resultados do primeiro trimestre do ano fiscal.
Para Kaeser, Trump apresenta um "estilo diferente do que estamos acostumados", mas o executivo da empresa alemã pediu "calma" para lidar com o novo governo dos EUA.
"Os EUA se destacam por uma tradição de respeito à liberdade, à abertura e à integração de pessoas de distintas regiões e origens. Seria muito triste se abandonassem essas conquistas, embora mais segurança seja uma demanda compreensível", afirmou.
O presidente da Siemens pediu comedimento, já que Trump tem uma equipe "muito boa" de assessores. No entanto, ele pediu que seus colaboradores não confundam prudência com submissão.
A Siemens é uma das empresas alemãs com maior presença nos EUA: emprega mais de 50 mil pessoas e obtém no país 21% de seu faturamento.
Kaeser, que já tinha indicado previamente que não esperava que a mudança na Casa Branca afetasse diretamente a companhia, elevou as previsões para o ano fiscal que termina em setembro.
Apesar de antecipar oscilações para o crescimento macroeconômico e o clima de investimentos devido ao "complexo entorno geopolítico", ele elevou as projeções para a margem de lucro da empresa 12%. Antes, a previsão estava em torno de 10,5% e 11,5%.
A Siemens anunciou hoje que no primeiro trimestre do ano fiscal obteve um lucro de 1,93 bilhões de euros, um crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.