Negócios

Presidente da Oi comemora operação com a Altice

Bayard Gontijo comemorou o reforço no caixa da Oi de aproximadamente R$ 17 bilhões após a Altice comprar as operações da PT Portugal na Europa


	Logo da Oi: dos quase R$ 17 bilhões, a Oi irá utilizar neste momento de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões para o pagamento de dívidas
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Logo da Oi: dos quase R$ 17 bilhões, a Oi irá utilizar neste momento de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões para o pagamento de dívidas (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 22h25.

Rio - A operadora de telefonia Oi teve o seu caixa reforçado nesta terça-feira, 2, em aproximadamente R$ 17 bilhões (4,9 bilhões de euros), recursos pagos pela francesa Altice pelas operações da operadora PT Portugal em Portugal e na Hungria.

O presidente da tele, Bayard Gontijo, comemorou o resultado da operação por "devolver liquidez" à tele, anunciou a redução da dívida e ressaltou que se trata da "entrega de uma promessa" ao mercado. As ações preferenciais (sem direito a voto) da companhia subiram hoje 5,83%, cotadas a R$ 6,90.

"Temos agora mais tranquilidade para trabalhar o lado operacional da companhia. O plano de transformação está acontecendo", disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Dos quase R$ 17 bilhões, a Oi irá utilizar neste momento de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões para o pagamento de dívidas, disse Bayard por telefone de Londres, onde participa de um road show com investidores. Entre os pagamentos que podem ser liquidados de imediato estão duas emissões de debêntures (títulos de dívida).

Os demais R$ 10 bilhões a R$ 11 bilhões, disse, podem ser usados para amortizar ainda mais a dívida, que terminou o primeiro trimestre em R$ 32,6 bilhões.

Outro destino é a consolidação do mercado de telecomunicações, que tem entre os cenários prováveis uma união entre a tele e a TIM ou o fatiamento desta última juntamente com Telefônica e Claro. "Só temos dois propósitos de uso (o caixa da venda da PT): consolidação ou redução da dívida".

As conversas em torno do tema, no entanto, esfriaram neste ano. O executivo confirmou que não há neste momento negociações em curso, mas destacou que a empresa está se fortalecendo para participar do processo. "A companhia sem dúvida é mais forte do que era há seis meses. Isso só coloca a empresa numa posição melhor de negociação, caso a consolidação ocorra".

A Oi informou hoje que a Altice pagou 5,8 bilhões de euros (cerca de R$ 20,2 bilhões) pelas operações da PT em Portugal e na Hungria, dos quais 4,9 bilhões foram para o seu caixa, que terá um total de R$ 18,5 bilhões, e 869 milhões de euros (em torno de R$ 3 bilhões) foram usados para pagar dívidas da PT.

Há ainda 500 milhões de euros que podem ser pagos à Oi, após cumpridas métricas estabelecidas em contrato.

A venda para a francesa foi por 7,4 bilhões de euros, mas desse valor foram feitos ajustes, como o pagamento de um déficit da PT com um fundo de pensão, em cerca de 1,2 bilhão de euros.

Bonds

O executivo também afirmou que a Oi está atenta ao mercado de bonds (títulos de dívida). "A gente está vendo atividade (no mercado de bonds) e estamos avaliando se há alguma boa oportunidade para explorar ".

O executivo citou a captação da Petrobrás anunciada nesta semana. A estatal fechou captação de US$ 2,5 bilhões com uma emissão de bônus com prazo de cem anos.

Questionado se a Oi pode fazer emissão de bonds neste ano, confirmou. "Se tiver uma boa oportunidade, pode ser neste ano. Desde que tenha uma janela de oportunidade".

Para isso, explicou, é preciso demanda no mercado suficiente para fazer uma operação com um "volume razoável", além de custo atrativo e prazo interessante para a companhia.

A Oi já contratou uma instituição global para trabalhar o refinanciamento da sua dívida. "A recomposição da nossa liquidez (com a venda da PT) nos ajuda, dá mais confiança ao investidor para conceder condições competitivas de refinanciamento", disse.

Bayard também disse que no segundo semestre a empresa irá focar em destravar a venda dos ativos africanos, herdados da fusão com a Portugal Telecom.

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