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Presidente da Oi anuncia que deixará cargo em janeiro de 2020

Eurico Teles nega que a medida tenha relação com fase da Lava Jato que investiga repasses da empresa a filho de Lula

Oi: presidente afirma que deixará o comando da empresa em 30 de janeiro de 2020 (Paulo Whitaker/Reuters)

Oi: presidente afirma que deixará o comando da empresa em 30 de janeiro de 2020 (Paulo Whitaker/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 19h37.

O presidente da Oi, Eurico Teles, anunciou nesta terça-feira que deixará o comando da empresa em 30 de janeiro de 2020. Em entrevista coletiva na sede da empresa, no Rio, Teles negou que o anúncio tenha relação com a deflagração da 69ª fase da Operação Lava-Jato, também nesta terça, e que investiga pagamentos de R$ 132 milhões feitos pela Oi à empresa Gamecorp, de Fábio Luis Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Teles, o anúncio da data de troca de comando da Oi, com emissão de fato relevante ao mercado, estava previsto para esta terça-feira pelo plano de transição de comando da empresa, que está em recuperação judicial. O plano de transição foi homologado em setembro pela 7ª Vara Empresarial do Rio.

A operação da Lava-Jato, denominada "Mapa da Mina", investiga se pagamentos feitos pela Oi serviram para a compra do sítio de Atibaia (SP). O ex-presidente Lula já foi condenado a 17 anos de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por ter, segundo o Ministério Público Federal (MPF), usufruído de reformas feitas no sítio por empreiteiras investigadas pela Lava-Jato.

Segundo o MPF, a Oi destinou mais de R$ 132 milhões à Gamecorp no intervalo entre 2004 e 2016.

"Hoje, pelo termo de transição, estou obrigado a dizer que deixo a companhia em 30 de janeiro de 2020. Estamos simplesmente cumprindo o plano de transição homologado na justiça em setembro. O Conselho de Administração nomeará o novo presidente, que fará a devida comunicação ao juiz de recuperação judicial", afirmou Teles.

A sede da Oi, na Zona Sul do Rio, foi um dos alvos dos 47 mandados de busca e apreensão expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da Operação "Mapa da Mina" na segunda-feira. O diretor de operações Rodrigo Abreu, que assumiu o cargo em setembro e está cotado para assumir a presidência após a saída de Teles, não quis comentar sobre a natureza dos pagamentos feitas pela Oi à Gamecorp, e que são alvos de investigação pela Lava-Jato.

O MPF suspeita que os pagamentos se deram em troca de vantagens à Oi no governo PT, incluindo a autorização de sua fusão com a Brasil Telecom em 2008 por meio de um decreto presidencial.

Abreu afirmou que a Oi realiza "diversos processos de auditoria" em andamento desde a posse do atual Conselho de Administração, em setembro de 2018. Segundo Abreu, as informações buscadas pela Polícia Federal na sede da empresa com mandado judicial "são fornecidas de forma 100% colaborativa" às autoridades.

"Não cabe à companhia comentar motivação de operação. A companhia forneceu à Polícia Federal, de forma colaborativa, todos os documentos solicitados", declarou Abreu.

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