Cetip: com um capital pulverizado, a bolsa americana ICE é a maior acionista da Cetip, com uma fatia de 12% (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2016 às 12h50.
São Paulo - As assembleias de acionistas da Cetip costumam contar com a presença média de entre 30% e 50% de seu quadro de investidores, mas a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para tratar da fusão com a BM&FBovespa, marcada para o próximo dia 20, deverá ter uma presença maior, dada a "relevância do assunto", disse o diretor executivo de Relações com Investidores da depositária, Willy Jordan.
A Cetip está, inclusive, em processo de roadshows com seus acionistas, para falar sobre a transação.
Na semana retrasada, os encontros foram na Europa; na passada; nos Estados Unidos; e nesta semana as conversas estão ocorrendo com os acionistas de Rio de Janeiro e São Paulo, disse ontem o executivo em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Pelas regras da Lei das Sociedades Anônimas (S/As), a Assembleia Geral Extraordinária que tiver por "objeto a reforma do estatuto somente se instalará em primeira convocação com a presença de acionistas que representem dois terços, no mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá instalar-se em segunda com qualquer número".
A lei diz ainda que o assunto "fusão" obriga o chamado "quorum qualificado", ou seja, a aprovação precisará ser dada por acionistas que representem, ao menos, metade das ações com direito a voto.
Com um capital pulverizado, a bolsa americana ICE é a maior acionista da Cetip, com uma fatia de 12%.
Esses votos, dessa forma, já seriam contabilizados a favor da operação, visto que o representante da ICE no Conselho da depositária votou favoravelmente pela fusão com a BM&FBovespa.
Outro grupo de fundos de investimento nacionais, que representam cerca de 10% do capital social da Cetip, já havia se posicionado a favor da fusão, como já noticiou o Broadcast.
A AGE da BM&FBovespa para tratar da fusão está marcada também para o dia 20. Depois das aprovações dos acionistas de ambas companhias, os três órgãos reguladores que analisam o negócio - Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (BC) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - precisam dar aval.
A partir daí, a integração entre as companhias poderá ser iniciada, o que poderá ficar para o ano que vem.