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Premiê defende presença da Portugal Telecom no Brasil

O primeiro-ministro José Sócrates publicou artigo no jornal português Público, defendendo o veto do governo à oferta da Telefónica

O primeiro ministro português, José Sócrates (.)

O primeiro ministro português, José Sócrates (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Lisboa - A presença da Portugal Telecom no Brasil é "absolutamente fundamental" para a economia de Portugal, afirmou o primeiro-ministro do país, José Sócrates, em um artigo publicado no jornal português Público. Defendendo o veto do governo à oferta da Telefónica de 7,15 bilhões de euros pela participação da Portugal Telecom na Vivo, Sócrates disse que o país não deverá defender os interesses de companhias espanholas ou ganhos financeiros no curto prazo.

Uma grande maioria dos acionistas da Portugal Telecom votou ontem a favor da oferta da companhia espanhola pela participação da PT na Vivo, mas o governo de Portugal vetou o negócio usando as Golden shares (ações com poder de veto) que possui na empresa portuguesa. O Tribunal de Justiça Europeu deve anunciar sua decisão sobre o uso das Golden share no dia 8 de julho.

Sócrates afirmou no artigo que ele "entende muito bem os interesses da Telefónica na compra de uma companhia muito boa como a Vivo, e eu também entendo os interesses financeiros dos acionistas da Portugal Telecom de buscarem ganhos no curto prazo", escreveu o primeiro-ministro. No entanto, acrescentou Sócrates, a oferta da Telefónica "não convence o Estado, não convence o governo".

Ninguém prejudicou os "direitos legítimos e até mesmo compreensíveis" de outros acionistas, mas seu governo procurou "evitar que os seus interesses fossem desconsiderados ou ignorados", disse o primeiro-ministro. Portugal não vai "abdicar" de nenhum meio para defender os seus interesses estratégicos. "Se alguém não sabia disse, eles sabem agora", declarou Sócrates.

BES
Já o executivo-chefe do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, afirmou que a PT vai precisar vender sua participação na Vivo à Telefónica para evitar uma oferta hostil pela companhia espanhola, de acordo com o jornal português Diário Econômico. Atualmente, o BES é o maior acionista da PT, com 8% de participação, depois que a Telefónica reduziu sua fatia na companhia portuguesa de 10% para 2% antes da assembleia de acionistas, realizada ontem.

Após o veto, a Telefónica prorrogou o prazo de aceitação de sua proposta pela participação da PT na companhia brasileira até 16 de julho. Uma decisão da União Europeia, prevista para 8 de julho, deve proibir o uso do poder de veto por parte do governo de Portugal. Analistas disseram que se a PT não vender sua participação na Vivo para a Telefónica, a companhia espanhola poderá então lançar uma oferta para adquirir a PT como um meio de obter a empresa brasileira. As informações são da Dow Jones.

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