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Prejuízo da Peugeot mostra que acordo de resgate é só começo

Montadora planeja fabricar novos carros e se expandir na Ásia sob um acordo de resgate francês fechado com a chinesa Dongfeng


	Carro da Peugeot: ações da Peugeot chegaram a saltar 9 por cento depois da empresa ter revelado seus novos objetivos com a parceria com a Dongfeng
 (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

Carro da Peugeot: ações da Peugeot chegaram a saltar 9 por cento depois da empresa ter revelado seus novos objetivos com a parceria com a Dongfeng (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 08h54.

Paris - A PSA Peugeot Citroën planeja fabricar novos carros e se expandir na Ásia sob um acordo de resgate francês fechado com a chinesa Dongfeng, disse a montadora nesta quarta-feira, após divulgar um prejuízo de 3,2 bilhões de dólares que reforça o tamanho da tarefa quem tem à sua frente.

O grupo com sede em Paris anunciou a tão esperada injeção de recursos de 3 bilhões de euros que irá resultar numa nova liderança, mais tempo para sua reestruturação e um fim para dois séculos de controle familiar pela família Peugeot.

A Dongfeng Motor Group e o Estado francês vão pagar, cada um, 800 milhões de euros por uma fatia de 14 por cento na montadora, equivalente à participação reduzida da família fundadora no negócio, disse a Peugeot, confirmando informações noticiadas pela Reuters.

As ações da Peugeot chegaram a saltar 9 por cento depois da empresa ter revelado seus novos objetivos com a parceria com a Dongfeng e ter divulgado o corte na queima de caixa no ano passado, batendo uma meta de recuperação interina.

"A melhoria da situação na Europa está começando a afetar a empresa", disse o analista do ISI Group Erich Hauser, acrescentando que estava "surpreso com o quanto melhor o desempenho da PSA foi na segunda metade" do ano passado.

Mas a Peugeot disse que ainda teve um prejuízo líquido de 2,32 bilhões de euros (3,2 bilhões de dólares) em 2013, advertindo que pode continuar no vermelho até 2016, um ano mais tarde que o inicialmente prometido.

O diretor financeiro da montadora, Jean-Baptiste de Chatillon, disse que a Peugeot usará o capital novo em tecnologia híbrida, carros de baixo custo e nos mercados do Mediterrâneo, onde foi deixada para trás pela rival francesa Renault-Nissan.

Enquanto o prejuízo da divisão principal de automóveis da Peugeot caiu 30 por cento, para 1,04 bilhão de dólares no ano passado, a dívida líquida da companhia aumentou aproximadamente na mesma medida, a 4,15 bilhões de dólares, apesar dos drásticos cortes de investimento.

O prejuízo líquido de 2,32 bilhões de euros no ano passado diminuiu ante perda de 5 bilhões de euros em 2012, quando a montadora foi atingida por baixas contábeis de ativos. Em 2013, o prejuízo foi agravado por efeitos cambiais, que também levaram a um declínio de 2,4 por cento nas vendas do grupo, a 54,09 bilhões de euros.

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