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Prejuízo acumulado pelas empresas de Eike beira R$ 1 bilhão

Perda é quase 470% maior que a registrada no primeiro trimestre e foi influenciada principalmente pelos resultados negativos da OGX e MMX


	Juntas, OGX, MMX, MPX, LLX, OSX e CCX apresentaram prejuízo líquido de 975,6 milhões de reais no segundo trimestre de 2012
 (VEJA SÃO PAULO)

Juntas, OGX, MMX, MPX, LLX, OSX e CCX apresentaram prejuízo líquido de 975,6 milhões de reais no segundo trimestre de 2012 (VEJA SÃO PAULO)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 10h25.

São Paulo - As empresas de Eike Batista listadas na bolsa acumularam prejuízo líquido de 975,6 milhões de reais no segundo trimestre de 2012, 468% superior à perda de 171,6 milhões somada nos primeiros três meses do ano.

É verdade que boa parte dos projetos tocados pelas companhias do grupo EBX ainda estão sendo colocados de pé. Na prática, isso significa que ainda demandam grandes investimentos antes de gerarem receita.

De qualquer forma, a onda de vermelho pintou até os balanços das companhias que já apresentavam lucro, como a MMX, a mineradora do grupo. 

Ainda que algumas companhias tenham conseguido diminuir as perdas, como LLX (logística) e OSX (estaleiros), o mergulho aprofundado por outras acabou falando mais alto. 

Veja como foi a performance de cada uma das empresas a seguir:

OGX tem maior prejuízo do grupo

A petrolífera OGX, maior empresa do conglomerado EBX, registrou prejuízo de 398,6 milhões de reais, 255% maior que o apresentado entre abril e junho de 2011. Esse foi o pior resultado entre as empresas do grupo. 

A companhia chama a atenção para o efeito da variação do dólar sobre o balanço. De acordo com a OGX, a despesa líquida de variação cambial foi de 339 milhões de reais nos primeiros seis meses do ano, contra receita positiva de 9 milhões obtida no mesmo período do ano passado. 

MMX sofre com o câmbio e reverte lucro

Depois de ter lucrado 90,9 milhões no segundo trimestre de 2011, a empresa de mineração MMX amargou prejuízo - e dos grandes. Entre abril e junho, as perdas chegaram a 391,6 milhões de reais. A empresa culpa o câmbio pelo impacto, chamando a atenção para o efeito negativo da desvalorização do real sobre os passivos de longo prazo.


A receita líquida também foi diminuída em um terço, atingindo 203,6 milhões de reais. Para a MMX, o trimestre foi de recuperação operacional, depois das atividades terem sido afetadas pela chuva em Minas Gerais no início do ano, o que dificultou a extração do minério de ferro. O preço médio do ativo também sofreu com a volatilidade do mercado internacional, ficando 20,5% mais barato no segundo trimestre, quando comparado ao mesmo período de 2011.

MPX alarga prejuízo

Com despesas e custos operacionais somando 125,8 milhões de reais, o prejuízo da empresa de energia MPX subiu 71% no segundo trimestre e chegou a 135,2 milhões, contra perda de 78,8 milhões em igual período de 2011. De acordo com a companhia, o resultado reflete principalmente os gastos financeiros relacionados às debêntures emitidas no ano passado. Se a receita operacional líquida subiu 50%, chegando a 65,9 milhões, os ganhos foram anulados por igual escalada no resultado financeiro líquido, que ficou negativo em 69,3 milhões de reais.

Em relatório no balanço, a MPX informa ter investido 502,9 milhões na construção de empreendimentos de geração de energia ao longo do segundo trimestre. Juntos, eles totalizam 2.976 MW de capacidade instalada.

LLX diminui perdas

A LLX, companhia de logística de Eike, conseguiu achatar parte do prejuízo amargado. As perdas, que foram de 15 milhões em 2011, foram para 6,9 milhões no segundo trimestre de 2012. Um dos motivos que contribuíram para manter a empresa no vermelho foi o aumento nas despesas gerais e administrativas, que somaram 41,9 milhões no segundo trimestre. A companhia atribui o desembolso ao "incremento na folha salarial da companhia e maiores gastos com serviços contratados".

No fim de julho, Eike divulgou a intenção de realizar uma oferta pública para fechar o capital da empresa, que vinha sendo bastante penalizada na bolsa. Até a data do anúncio, os papéis registravam queda de quase 40% no ano, o que fez boa parte do mercado acreditar que a operação sairia barata para o empresário.

OSX achata prejuízo

No segundo trimestre do ano, a empresa de estaleiros OSX também conseguiu reduzir o prejuízo em 42%. A perda foi de 6,3 milhões de reais, contra prejuízo de 10,9 milhões registrado no mesmo período do ano passado. A companhia praticamente multiplicou por quatro a receita obtida com a venda de bens e serviços: a cifra pulou de 25,3 milhões para 93,9 milhões. Excluindo o custo dos produtos, o lucro bruto chegou a 41,6 milhões. Mas o aumento das despesas entre abril e junho acabou anulando esse efeito positivo. Os gastos operacionais chegaram a 52,7 milhões no período, alta de 60%.

Em junho, a OSX contratou financiamento de 2,7 bilhões para ser usado na Unidade de Construção Naval do Açu. A operação foi fechada junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal, com repasse do Fundo de Marinha Mercante (FMM). A facilidade para a empresa obter crédito por gozar de recursos destinados especificamente para o setor, inclusive, teria feito alguns analistas levantarem a possibilidade da OSX vir a ter o capital fechado, nos moldes do que Eike pretende fazer com a LLX. Em tese, contratar dívida no mercado sairia mais barato do que fazer novas emissões para capitalizar a empresa.

CCX perde 37 milhões

Os papéis da novata CCX começaram a ser negociados na bolsa em maio. Criada a partir da cisão dos ativos de mineração de carvão na Colômbia, que pertenciam às operações da MPX, a empresa desenvolve um projeto que abrange a exploração de minas subterrâneas e abertas no país, além da construção de um sistema logístico integrado.

Em fase pré-operacional, a CCX teve um prejuízo de 37 milhões de reais entre abril e junho deste ano, derivado dos gastos para erguer o empreendimento. Em maio, Eike Batista disse estar estudando a venda de até 30% da empresa, apelidada por ele de "Carajás do carvão".

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