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Prefeito de Quito pede nomes dos subornados pela Odebrecht

Rodas fez este pedido e denunciou também que o governo de Rafael Correa está usando este caso para "perseguir" a oposição

Odebrecht: a informação servirá, segundo Rodas, para "esclarecer toda a verdade e desvirtuar acusações maliciosas" (jbdodane/Flickr/Creative Commons)

Odebrecht: a informação servirá, segundo Rodas, para "esclarecer toda a verdade e desvirtuar acusações maliciosas" (jbdodane/Flickr/Creative Commons)

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EFE

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 22h06.

Washington - O prefeito de Quito, Mauricio Rodas, pediu nesta quinta-feira ao governo dos Estados Unidos que publique os nomes dos subornados pela Odebrecht no Equador para que "caia quem deva cair" e acabar assim com as "acusações maliciosas" do Executivo equatoriano contra o município.

Rodas fez este pedido no Departamento de Estado, onde denunciou também que o governo de Rafael Correa está usando este caso para "perseguir" a oposição, segundo explicou em entrevista à Agência Efe em Washington ao término do encontro.

O prefeito de Quito se reuniu com a diretora de Assuntos Andinos, Annie Pforzheimer, e lhe entregou um documento dirigido ao Departamento de Justiça para que, "o mais em breve possível, se divulgue informação completa sobre as supostas práticas ilícitas da empresa Odebrecht no Equador desde 2007".

Essa informação servirá, segundo Rodas, para "esclarecer toda a verdade e desvirtuar acusações maliciosas e sem sustento que, por motivos político-eleitorais, o governo (do Equador) está realizando contra o município de Quito em relação ao contrato do metrô".

O prefeito argumenta que no documento divulgado pela Justiça dos EUA no último dia 21 de dezembro "não faz-se nenhuma referência nem ao município de Quito nem ao contrato do metrô" e que "nenhum organismo, nem nacional nem internacional, realizou nenhuma observação a respeito do contrato".

O relatório americano indica que no Equador, entre 2007 e 2016, a construtora brasileira supostamente pagou propinas no valor de US$ 35,5 milhões a "funcionários do governo", o que lhe gerou lucros de mais de US$ 116 milhões.

"Todos sabemos que para poder estabelecer qual é o benefício de um contrato, a utilidade, tem que terminar de ser executado. E o do metrô de Quito recém iniciou sua execução, motivo pelo qual é impossível saber qual é seu benefício e, portanto, não pode ser incluído na referência do Departamento de Justiça", apontou Rodas.

O prefeito denunciou que se trata de uma "evidente situação de perseguição política (do governo nacional) contra o município de Quito, contra a prefeitura, por razões eleitorais".

Rodas pertence ao movimento SUMA, que apoia o grupo opositor CREO, do ex-banqueiro Guillermo Lasso, que enfrentará nas eleições de 19 de fevereiro Lenín Moreno, candidato do partido de Correa, Aliança País.

O prefeito de Quito administrou sua reunião diplomática em Washington com a embaixada dos EUA no Equador e não descarta represálias do governo de Correa por sua visita, na qual levará suas denúncias também perante a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

"Muito provavelmente isso vai ocorrer (represálias), é evidente que se iniciou um curso de perseguição política que provavelmente vai continuar e vai aumentar, e por isso é importante denunciar estes fatos perante instâncias internacionais", destacou.

Sobre a resposta do Departamento de Estado a suas denúncias, Rodas se limitou a dizer: "Eles nos escutaram com atenção e tomaram nota".

Rodas voltará no sábado a Quito, depois de se reunir amanhã com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e o secretário-executivo da CIDH, Paulo Abrão, aos quais alertará "do que está ocorrendo para que tomem as ações que considerem correspondentes".

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