Jean Graciola, da FG: receita de R$ 1,1 bilhão com prédios luxuosos e acima dos 150 metros de altura (Leandro Fonseca/Exame)
De uma sala envidraçada à beira-mar em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, o empresário Jean Graciola define os principais ensejos da FG Empreendimentos, holding do mercado de construção civil que comanda desde 2012. Segunda geração à frente do negócio— a empresa foi criada por seu pai, Francisco Graciola, ainda na década de 1990 — o empresário é responsável por uma gestão que levou a FG a alcançar receitas na casa do bilhão. Em 2022, a companhia teve vendas de 1,1 bilhão de reais.
Parte desse resultado está relacionado à uma empreitada pessoal de Graciola: tornar a FG líder entre as construtoras e incorporadoras que por lá disputam a posição de proprietária do prédio mais alto. A ambição recentemente deu lugar à conquista oficial do título com a inauguração do One Tower, torre de 290 metros de altura que agora é também o residencial mais alto da América Latina. Para ter uma ideia, o Burj Khalifa, prédio mais alto do mundo e maior cartão-postal de Dubai, tem 829 metros.
Tirar o projeto do papel custou caro à FG. Foram 650 milhões de reais investidos pela empresa e pela família Hang, da loja de departamentos Havan, também investidora do One Tower. E esse é apenas um dos superlativos envolvendo a construção. Para colocar de pé a edificação de 84 andares foram necessários 2.000 trabalhadores, nove mil toneladas de aço e uma fundação equivalente a um prédio de 12 andares.
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Os esforços para a entrega do prédio representam bem um desejo compartilhado por concorrentes da região, dispostos a tornar Balneário Camboriú em um laboratório de testes e tendências para a construção civil. Juntas, algumas das principais construtoras da cidade — incluindo a FG — buscam em parcerias externas as tecnologias mais apropriadas para levantar prédios luxuosos e arranha-céus dignos de cartões postais. Dos dez maiores edifícios desse tipo do Brasil, sete estão em Balneário, hoje uma cidade de 140.000 moradores.
Apesar de ter sede bem próxima ao novo empreendimento – o escritório da FG fica na mesma avenida que o One Tower –, boa parte da estratégia de diferenciação da companhia, hoje baseada na adoção de tecnologias de ponta, é definida bem longe dali. Graciola e um time de executivos costumam viajar com frequência em busca de referências de arquitetura, engenharia e design mundo afora, em destinos como Dubai, Estados Unidos e China. “A busca por novos parceiros e novas tecnologias é o que vai determinar a nossa indústria”, diz.
Alguns adicionais tecnológicos no One Towner refletem essa busca. Por lá, os cinco elevadores percorrem todos os andares em menos de 1 minuto. O feito é de uma tecnologia de corrediças da alemã TK Elevator, a mesma utilizada no One World Trade Center, em Nova York.
O uso inaugural da tecnologia abre precedentes para as edificações ainda maiores que estão por vir. De olho em vendas de 1,5 bilhão de reais, a FG deve manter os superlativos em seus apartamentos e nos outros arranha-céus com previsão de entrega nos próximos anos. Um deles, o Triumph Tower, terá 544 metros e deverá ser o prédio mais alto das Américas. “Nosso foco é a construção civil e continuará sendo o alto padrão, a qualidade e tudo que possa chamar a atenção à primeira vista”, diz Graciola.
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