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Preços do Carrefour confundem e Procon irá fiscalizar lojas

“Qualquer informação que demande esforço de assimilação induz consumidor ao erro e fere a lei”, disse diretor de fiscalização do Procon-SP

Carrefour: exposição confusa do preço leva o consumidor ao erro (Andrew Caballero-Reynolds/Bloomberg)

Carrefour: exposição confusa do preço leva o consumidor ao erro (Andrew Caballero-Reynolds/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 30 de maio de 2017 às 15h51.

São Paulo – O supermercado Carrefour bombou no Twitter nesta semana. O motivo, porém, não é nem um pouco positivo.

Uma consumidora postou fotos das placas dos preços, com valores confusos. O anúncio sobre o amaciante Fofo, de 5 litros, mostrava o valor de R$ 3,98. No entanto, esse era o valor por litro e o preço total era de R$ 19,90.

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Outro produto com valor incorreto era uma embalagem com seis sabonetes Dove, por R$ 1,50. Esse é o preço da unidade – o pacote com seis sai por R$ 8,99. As informações com o preço correto estavam em letras miúdas, difíceis de serem lidas.

As irregularidades, flagradas em uma unidade do Carrefour na Baixada Santista, SP, foram denunciadas pela consumidora Juliana Santana no dia 27 de maio. Os tweets já foram compartilhados mais de 2.300 vezes.

Segundo o diretor de fiscalização do Procon-SP, Osmário Vasconcelos, esse tipo de exposição do preço leva o consumidor ao erro, principalmente pessoas mais idosas, com dificuldade de enxergar ou com baixo índice de alfabetização. “Qualquer informação que demande esforço de assimilação induz consumidor ao erro e fere a lei”, disse ele.

O Código de Defesa do Consumidor, no Artigo 31, afirma que “A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores”.

As lojas do Carrefour, tanto em Santos quanto em São Paulo, serão fiscalizadas por equipes do Procon. Caso seja constatado que a disposição de preços não é feita de maneira correta, a empresa recebe um auto de notificação e deve apresentar sua defesa em cerca de 15 dias.

A companhia pode receber uma multa que varia de R$ 614 a R$ 9 milhões, de acordo com sua capacidade pagadora e a gravidade da infração.

Em nota, a rede Carrefour informou que “o episódio configura fato pontual e que prontamente corrigiu a sinalização das ofertas, além de reforçar seus procedimentos nesta loja. A empresa prestou todos os esclarecimentos à cliente e reitera seu respeito com as normas de defesa do consumidor”.

A consumidora informou em sua conta do Twitter que o Carrefour já entrou em contato para esclarecer o problema.

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