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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h25.
Os planos de saúde ainda são artigo de luxo no Brasil. A baixa renda da população é a maior barreira de acesso a esse tipo de benefício. Para se ter uma idéia, o preço médio de um plano de saúde para uma família de três pessoas, está em torno de 400 reais. Esse custo excluiu quase que 82% da população.
Na classe A, com rendimento familiar mensal em torno de 6,8 mil reais, a penetração do plano de saúde é de 78%. Já na classe C, que engloba 44 milhões de brasileiros com renda média familiar de 900 reais, essa penetração é de apenas 30%. Nas classes abaixo, ela é praticamente inexistente. Dados do IBGE revelam que, no Brasil, 119 milhões de pessoas não têm acesso à saúde privada.
Uma pesquisa da Price Waterhouse feita em 2000 nos Estados Unidos, Porto Rico, Chile e Brasil indica que o Brasil ainda gasta muito pouco com saúde. Nos Estados Unidos, o gasto anual percapita com saúde é de 4 100 dólares; em Porto Rico, de 1 759 dólares; no Chile, de 387 dólares e no Brasil, de apenas 46 dólares. O setor de saúde nos Estados Unidos movimenta 14% do PIB ao ano; 11,6% em Porto Rico; 6,87% no Chile e apenas 3,5% no Brasil.
Esses gastos reduzidos se refletem na expectativa de vida da população e na mortalidade infantil. Nos Estados Unidos, a expectativa de vida é de 76 anos; em Porto Rico, de 73,6 anos; no Chile, de 72,5 anos e no Brasil, de 68,4 anos. Mas é na mortalidade infantil que os números são mais escandalosamente discrepantes. Nos Estados Unidos, a mortalidade infantil é de 7,5 por cada grupo de mil crianças; em Porto Rico, de 10,5 por mil; no Chile, de 11 por mil e no Brasil, de 33,1 mortes para cada mil.