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Preço baixo é arma da SulAmérica para crescer, diz Santander

Em meio à consolidação do setor, seguradora pode ganhar mercado ao oferecer serviços mais baratos que a concorrência

SulAmérica: 68% dos prêmios no primeiro trimestre vieram de seguros-saúde (.)

SulAmérica: 68% dos prêmios no primeiro trimestre vieram de seguros-saúde (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - Investir em apólices mais baratas que a concorrência é o principal trunfo da SulAmérica neste momento, em meio ao fortalecimento dos concorrentes causado pela reestruturação vivida pelo setor de seguros nos últimos tempos. A avaliação é do banco Santander. "A SulAmérica tem preços, em média, 58% menores do que suas concorrentes, o que torna mais fácil aumentar sua participação no mercado", afirma a instituição, em relatório assinado pelos analistas Henrique Navarro e Boris Molina.

Atualmente, a SulAmérica é a oitava maior seguradora do país. Para o Santander, a empresa tem boas condições de se destacar no mercado. Na análise, o banco destaca a tradição da marca neste mercado, além das estratégias que a seguradora está adotando para melhorar suas receitas.

Para melhorar o caixa, a SulAmérica vendeu recentemente sua participação na BrasilVeículos e comprou da BrasilSaúde, que aumentou sua exposição em saúde. O resultado foi ter 68% dos prêmios no primeiro trimestre vindos dessa área. No quarto trimestre de 2009, o valor era de apenas 52%.

A SulAmérica surpreendeu o mercado com a compra de 49,92% da participação do Banco do Brasil na Brasilsaúde, anunciada no fim de maio, por 28,4 milhões de reais. A cifra corresponde a 1,2 vez o valor patrimonial da Brasilsaúde.

Essa foi a primeira ofensiva da empresa para compensar as receitas que perdeu no segmento de veículos com o fim da parceria com o Banco do Brasil. No início de maio, o BB fechou um acordo com a seguradora espanhola Mapfre para a área de automóveis. Os espanhóis compraram os 60% que a SulAmérica possuía na BrasilVeículos, e passaram a ser os parceiros do BB nessa área. O acordo representou um duro golpe para a SulAmérica, já que o negócio respondia por mais de 10% das receitas da companhia na época.

Segundo a corretora, a SulAmérica continuará a oferecer serviços de suporte para a BrasilVeículos por meio de seu sistema operacional e administrativos. A companhia trabalhará separadamente da seguradora, mas pagará uma taxa mensal por esses serviços. A receita gerada por essa parceria alcançou 42 milhões de reais no primeiro trimestre do ano e pode chegar a 172 milhões de reais no final do ano.

Outro ponto positivo levantado pela corretora é a variedade de produtos oferecidos pela SulAmérica. Apesar de ter como foco principal a área de saúde, empresa investe em seguro de automóveis e dentário (esse segmento, aliás, cresceu 50% em relação ao ano passado).

O bom momento da economia brasileira beneficia também o setor de seguros, que deve crescer 15% neste ano. Com a taxa de desemprego em queda, renda em alta e a ascensão da nova classe média, os seguros -- sobretudo saúde -- voltam a despertar o interesse da população -- o que pode favorecer as empresas capazes de atender essa nova demanda.
 

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