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Precisamos mesmo parar todo o Brasil?, questiona Luciano Hang, da Havan

Em debate online realizado pelo banco BTG Pactual, Flávio Rocha, Hang, Dr. David Salomão e Luis Lacombe discutiram os impactos do coronavírus na economia

Luciano Hang: CEO da Havan é um dos participantes da live (Tommaso Rada/Bloomberg)

Luciano Hang: CEO da Havan é um dos participantes da live (Tommaso Rada/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2020 às 19h32.

Última atualização em 28 de março de 2020 às 20h21.

"Precisamos mesmo parar todo o Brasil?", questiona Luciano Hang, CEO da Havan, em um debate online realizado pelo banco BTG Pactual, que faz parte do grupo empresarial que controla a EXAME, neste sábado (28). 

Segundo Hang, "os efeitos da pandemia serão sentidos de forma forte nos próximos meses". "A decisão de parar a economia não pode ser só da medicina, só da saúde", opina. 

Além de Hang, estão presentes no debate o acionista da Riachuelo, Flávio Rocha, o infectologista Dr. David Salomão Lewi, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Hospital Israelista Albert Einstein, e o jornalista Luis Lacombe falaram sobre os custos do coronavírus para a economia brasileira.

Para o acionista da Riachuelo, "o desemprego causado pelas pandemias mata em massa" e "desorganiza a economia". "É importante que a gente não tenha a visão estreita de minimizar as trágicas mortes do coronavírus, mas que se olhe sistemicamente. O efeito econômico é previsível", diz Rocha. "O que acontece quando você tira a economia da tomada? Você não consegue dar partida depois que esfriou. Não sabemos como a cadeia produtiva vai se organizar para gerar. É um dano incomensurável", afirma.

Lewi foi infectado com coronavírus e afirmou ter sintomas leves. "Os casos leves não devem ir ao hospital. Se o hospital for atender pacientes assintomáticos, não vai dar conta. Isso em lugar nenhum do mundo", diz Lewi. "Por outro lado, fiquei 14 dias isolado e, na segunda, voltarei ao trabalho. As pessoas que tiveram coronavírus poderiam voltar ao trabalho porque já não exercem risco à população, elas não infectam e não se reinfectam", garante o infectologista.

Para o médico, o isolamento geral pode não ser "tão interessante" do ponto de vista econômico. "A gente pode separar pessoas que possam ser produtivas. Eventualmente, conseguimos testar quem precisa ser isolado e quem não precisa", afirma Lewi.

O infectologista acredita que o "isolamento horizontal" é "preocupante".

Rocha afirma que "demitir funcionários é como amputar um membro". "Nosso foco número um é preservar a saúde do nosso time", diz.

Hang diz "ser um otimista" em relação à pandemia. "A gente tem que pensar positivamente para que a gente consiga transpassar esse grande problema que estamos vivendo." Para o CEO da Havan, "se perdeu a confiança entre as cadeias de produção".

"Quem é varejista e é pessimista, deve procurar outra profissão. Toda crise tem um subproduto positivo, vamos sair mais fortes e mais maduros", finaliza Rocha.

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