EXAME Solutions
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 11h03.
Última atualização em 13 de janeiro de 2024 às 15h56.
A tecnologia por si só já não é suficiente, é preciso conectá-la ao resultado para destravar valor para o negócio. O pragmatismo em relação aos investimentos na área é a principal aposta para 2024 na visão de Breno Barros, CTO da Falconi, maior consultoria em gestão empresarial e de pessoas da América Latina.
"Tem dinheiro para investimento na área de tecnologia, mas a ideia do projeto no PowerPoint ou no Excel não é sustentável. A equipe que vai executar precisa mostrar consistência", opina Barros.
Em um cenário que exige decisões mais cirúrgicas, Barros chama a atenção para o dimensionamento adequado dos times de tecnologia, uma das principais atribuições de CTOs. "Equipe em excesso, como aconteceu no boom da pandemia, além de causar aumento de despesas, gera dificuldade de comunicação que contraria os métodos ágeis", explica.
Para o executivo da Falconi, há quatro grandes tendências que não podem ser ignoradas pelas lideranças da área: aplicações variadas em inteligência artificial, que vieram para ficar; processos eficientes de mineração de dados para que eles "falem" e tragam insights ao negócio; qualidade e governança de dados; e cibersegurança, que precisará ser ainda mais reforçada diante do aumento das aplicações digitais.
"Tecnologias como a IA vão ajudar a criar soluções que permitam, por exemplo, otimizar e ter o estoque ideal de produtos com base em uma série de comportamentos. Elas vão ajudar também a prever vendas de acordo com a demanda para impulsionar a produção, de forma que você não tenha desperdício. E a automação de processos vai mostrar onde está a ineficiência", exemplifica.
Para Barros, existe uma relação direta entre a qualidade dos dados e uma maior produtividade nas empresas. "Nos últimos anos, muito se falou sobre IA e dados e pouco se buscou a qualidade e a governança desses dados. Empresas mais avançadas, tanto mundo afora quanto no Brasil, começaram a olhar para esse tema em 2023, e, no ano que vem, isso ganhará uma proporção maior, porque a qualidade de dados impacta muito a produtividade".
Segundo ele, a má qualidade de dados afeta, em média, até 34% a receita das empresas. "Em cima de dados errados, você faz uma ação de marketing ou envia uma mercadoria de maneira equivocada para o cliente", diz. Na opinião do executivo, o caminho para endereçar todas estas questões passa por uma visão sistêmica que consiga organizar processos e evitar atritos a partir da adoção de novas tecnologias.
Quem também apontou caminhos e tendências para os negócios em 2024 foi o CEO da Falconi, Alexandre Ribas, que mostrou como será valioso fazer a lição de casa para quem busca crescer no ano que vem. O VP para soluções de gente da Falconi, Fernando Ladeira, comentou sobre os desafios para as lideranças na área de gestão de pessoas. Na próxima semana, em mais uma entrevista, será a vez da CFO da Falconi, Renata Theil, abordar o cenário macroeconômico