Negócios

Potássio do Brasil quer retomar caso sobre Petrobras

Empresa venceu leilão em 2008 para área no Amazonas, e a Petrobras possui concessão sobre área

Plataforma da Petrobras: valor definido pelo plano de negócios prevê investimentos de 224,7 bilhões de dólares para os próximos cinco anos (Divulgação)

Plataforma da Petrobras: valor definido pelo plano de negócios prevê investimentos de 224,7 bilhões de dólares para os próximos cinco anos (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 16h45.

São Paulo - A Potássio do Brasil quer retomar as conversas com o governo sobre a exploração de potássio em áreas hoje concedidas à Petrobras, principalmente o local na Amazônia conhecido como Fazendinha, cuja venda do direito de exploração foi interrompida em 2008 pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Aguardando há três anos uma sinalização do governo para a área, depois de ter feito oferta com ágio de quase 70 por cento para o ativo em 2008, ou 151 milhões de reais, o diretor-executivo da Potássio do Brasil, Hélio Diniz, lamenta o tempo perdido e acha que agora é o momento de retomar o assunto.

Ele também está interessado em áreas em que a Petrobras possui concessão em Sergipe, além da que está para ser repassada à Vale

A Potássio do Brasil possui 49 sócios, principalmente fundos de pensão e de investimentos, entre eles o banco canadense Forbes & Manhattan. Ela fez recentemente uma descoberta próxima à área da Petrobras no Amazonas e confirmou que o mineral ali encontrado é de classe mundial, mas vai demorar cinco anos para sair da terra.

"Estaríamos a dois anos de começar a produção se o processo não tivesse sido interrompido", disse Diniz à Reuters, garantindo no entanto que a relação com o governo "é bastante amigável", e por isso não vê problemas em retomar a discussão.

"Foi colocada em leilão, nosso grupo comprou e eles cancelaram, e até hoje não chegaram a um acordo. A gente esperou trocar o governo, as coisas ficarem mais calmas, para a gente voltar a conversar", explicou.


Ainda sem data marcada na agenda do Ministério de Minas e Energia, que estuda o assunto sob a luz do novo código da mineração, Diniz afirmou que a Potássio do Brasil teria condições de desenvolver Fazendinha e a nova área descoberta com uma escala muito maior. E diz que o prazo para iniciar a produção poderia ser menor se Fazendinha tivesse sido incorporada à operação, por causa do conhecimento geológico alcançado na área.

"Seria um projeto ampliado, e a gente já ganharia uns dois anos se fizesse negócio com a Petrobras", informa.

Ele lembrou que na época da suspensão da venda a alegação do governo era de que o ativo havia sido subavaliado. Especulações na época diziam também que o governo não queria um grupo estrangeiro, no caso canadense, tomando conta de reservas de um mineral estratégico como o potássio, matéria-prima para produção de fertilizantes e 90 por cento importado pelo Brasil.

Abertura de capital

Mas enquanto aguarda o governo decidir o que fará com as reservas da Petrobras, que já informou que não quer explorá-las, Diniz acelera os estudos para a nova área descoberta pela sua empresa que prepara abertura de capital para o final de 2012.

"Para abrir o capital a ideia é completar mais o estudo, para fazer uma avaliação mais justa da empresa. Se tiver um projeto mais bem estudado e a viabilidade já demonstrada você consegue uma avaliação do mercado melhor", diz.

A oferta inicial pública (IPO, na sigla em inglês), será feita apenas na Bovespa, segundo Diniz, seguindo o caminho das "pequenas de petróleo" como OGX e HRT.

Os investimentos programados para a nova mina se situam entre 3,5 e 4 bilhões de dólares e vão produzir até 4 milhões de toneladas de silvinita, volume que hoje corresponde à metade da demanda brasileira. A silvinita é usada na produção de cloreto de potássio, matéria-prima para fertilizantes.

Diniz informou que outros sócios são esperados para a Potássio do Brasil, em uma capitalização privada de 100 milhões de dólares, prevista para ser finalizada até setembro.

"Fizemos contato com grupos estratégicos no Brasil, inclusive no Estado do Amazonas, e vamos ter recursos significativos", avaliou.

"Eles conhecem a região e vão trazer coisas novas para o nosso grupo, vão dar mais credibilidade, vai fazer ficar mais brasileiro", afirma o diretor que vê no capital nacional uma possível chave para conquistar as áreas pretendidas.

Ele não quis revelar o nome das possíveis empresas que viriam se juntar aos fundos de investimento e de pensão que formam a Potássio do Brasil, "mas são da região e fora do setor", limitou-se a informar.

Ele não prevê problemas para obter licença ambiental para o projeto pelo fato da mina ser subterrânea. Mas por isso mesmo a previsão é de que a produção leve em torno de cinco anos para começar.


"Com a Fazendinha a gente acelera isso porque já exploramos aquela área e a nova tem que fazer tudo", disse.

"O plano da gente é acelerar os estudos para entrar em produção o mais rápido possível, mas esse processo demora uns cinco anos, só a parte de construção são uns três anos", informou.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico