Passageiros fazem fila no balcão de check-in da empresa de aviação portuguesa TAP durante greve no aeroporto de Lisboa (Tap)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2015 às 10h33.
Lisboa - A companhia aérea portuguesa TAP operou 75% dos voos previstos durante as primeiras horas deste sábado, quando a greve convocada pelos pilotos completa seu segundo dia, em linha com o balanço registrado ontem.
Segundo a informação facilitada pela companhia aérea -propriedade do Estado e em pleno processo de privatização-, das 164 conexões programadas entre meia-noite e 12h30, 123 foram realizadas e 40 canceladas.
A maior parte dos cancelamentos se concentrou no aeroporto do Porto, onde foram formadas longas filas diante dos guichês da TAP, enquanto em Lisboa a situação estava praticamente normalizada.
Dezenas de clientes apresentaram queixas pelos prejuízos provocados e criticaram a companhia por não facilitar soluções.
De fato, muitos deles passaram a noite nas instalações aeroportuárias e denunciaram que a companhia aérea não ofereceu cobrir as despesas de hospedagem e alimentação enquanto estão à espera de um voo.
Um porta-voz da TAP destacou hoje que o número de cancelamentos é similar ao de ontem, quando 70% das conexões previstas ocorreram, e apesar dos serviços mínimos fixados pelas autoridades afetarem hoje menos voos, isso demonstra que há um significativo número de pilotos que não aderiram à greve.
Para o dia todo de hoje estão programados cerca de 300 voos, dos quais apenas 10% estão garantidos pelos serviços mínimos.
O sindicato convocante não divulgou até agora números de adesão, mas insistiu que a "verdadeira dimensão" desta mobilização deverá ser percebida a partir do terceiro dia.
Os pilotos de TAP convocaram uma greve de dez dias consecutivos, período no qual a companhia aérea habitualmente opera em torno de 3 mil voos com cerca de 300 mil passageiros a bordo.
O coletivo protesta desta forma pelo que consideram um descumprimento do acordo alcançado em dezembro com o governo e a administração de TAP para desconvocar uma greve em pleno natal e exige que sejam respeitadas suas exigências em matéria de salários.
A companhia aérea, líder em passageiros transportados entre Portugal e Espanha e entre Europa e Brasil, voa a 88 destinos na África, Europa e América, conta com mais de 5 mil funcionários e uma frota de 77 aviões.
O concurso de privatização da companhia foi relançado em novembro e a data limite para receber ofertas termina em meados deste mês, com o multimilionário colombiano-brasileiro Germán Efromovich e o brasileiro David Neeleman entre os possíveis candidatos.