Gestão de risco: conheça ferramentas para evitar a falência de sua empresa (Thinkstock/Thinkstock)
Redatora
Publicado em 11 de julho de 2025 às 18h06.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 19h24.
Em abril de 2025, 132 dos 167 pedidos de recuperação judicial vieram de micro e pequenas empresas, segundo o Indicador de Falências e Recuperações Judiciais da Serasa Experian.
Na prática, os números mostram que as companhias de menor porte continuam sendo as mais vulneráveis às mudanças de mercado, juros altos, crédito restrito e má gestão financeira.
Mas qual é a explicação por trás desse cenário?
Segundo o Serasa, o número de pedidos de recuperação judicial cresceu mais de 60% em 2024 (o maior já registrado). A maioria das empresas nessas condições é micro ou pequena empresa, somando mais de R$ 141,6 bilhões de débitos em aberto.
“O cenário atual é especialmente oneroso para esse perfil de empresas”, afirma Rafael Sampaio, professor da Saint Paul Escola de Negócios e especialista em gestão de risco.
Ele explica que “os pequenos empresários têm dificuldade para acessar crédito e acabam recorrendo a financiamentos de curto prazo com juros elevados, drenando o caixa da empresa e comprometendo a operação”.
Essa fragilidade, segundo ele, se intensifica com o aumento do custo dos insumos, falta de capital de giro, queda da demanda e logística mais cara. Sem planejamento, a crise bate à porta — e a recuperação judicial se torna o único caminho para evitar a falência.
A recuperação judicial é um instrumento previsto por lei para reestruturar as finanças de empresas em crise.
O processo começa com o pedido judicial e inclui a suspensão de execuções de dívida, apresentação de um plano de pagamento aos credores e, se aprovado em assembleia, a homologação do plano pelo Judiciário.
“Com a manutenção da atividade, a empresa também preserva os empregos, mas seguirá sob supervisão judicial quanto ao seu plano de recuperação”, explica Sampaio.
Um bom plano de gestão de risco pode justamente evitar que as companhias cheguem a esse ponto, oferecendo previsibilidade e proteção frente a cenários econômicos turbulentos.
O professor explica que gestão de risco é o conjunto de processos usados para identificar, mensurar, monitorar e mitigar riscos que afetam os resultados financeiros de uma empresa.
Pode incluir desde riscos de mercado (como variações no câmbio e nas taxas de juro) até riscos operacionais, de crédito, liquidez ou fraudes internas.
“A gestão de risco está no centro da maximização da relação risco-retorno e visa proteger o valor para os acionistas, colaboradores e demais partes interessadas”, explica Amadeu Tobias, também professor da Saint Paul.
Empresas podem — e devem — adotar práticas robustas para reduzir sua exposição a riscos. Entre as principais estratégias indicadas por Tobias estão:
Para formar profissionais capazes de lidar com esse cenário complexo, a Saint Paul Escola de Negócios e a B3 Educação, o braço educacional da bolsa de valores brasileira, oferecem o curso Gestão de Risco, voltado para quem deseja atuar com segurança, eficiência e criação de valor em ambientes financeiros exigentes.
“O curso alinha teoria e prática, com estudos de caso, debates e dinâmicas de grupo. Abordamos desde os fundamentos até técnicas avançadas”, afirma Rafael Sampaio. “É indicado tanto para profissionais experientes quanto para quem deseja ampliar repertório”.