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Por que o Brasil virou a grande aposta desta empresa indiana que fatura US$ 1,1 bilhão com softwares

Fundada em 1996 por dois irmãos com experiência em programação na cidade de Chennai, a Zoho chegou ao Brasil há três anos. Importância do país hoje é tamanha que a empresa já aceita reais para aquisições de produtos e serviços por parte de clientes brasileiros

Rodrigo Vaca, líder da operação da Zoho no Brasil: país foi o terceiro a gerar mais assinaturas no ano passado dentro de uma empresa com operação em mais de 150 economias (Divulgação/Divulgação)

Rodrigo Vaca, líder da operação da Zoho no Brasil: país foi o terceiro a gerar mais assinaturas no ano passado dentro de uma empresa com operação em mais de 150 economias (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 8 de abril de 2024 às 14h24.

O universo de 22 milhões de CNPJs em operação no Brasil, a maioria deles de pequenas e médias empresas, atraiu a atenção da indiana Zoho, uma das maiores fornecedoras globais de softwares de gestão para empresas.

A Zoho foi fundada em 1996, com o nome AdventNet, pela engenheira de software Radha Vembu e o irmão dela Sridhar, na cidade indiana de Chennai.

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Até hoje a Zoho segue sendo uma empresa de capital fechado sob controle da família Vembu, uma das mais ricas da Índia. Em 2023, a companhia faturou 1,1 bilhão de dólares, alta anual de 30%. 

O período coincidiu com a empresa conquistando a marca de 100 milhões de usuários de suas mais de 50 ferramentas para áreas distintas do dia a dia das empresas, como gestão financeira (ERP), vendas e relacionamento com clientes (CRM) e produtividade. 

Boa parte dos clientes são empresas de pequeno e médio porte atraídas pelo fato de os softwares da empresa funcionarem a partir da nuvem

Portanto, não dependem de investimentos numa estrutura própria de datacenters para funcionar nos computadores de uma PME. 

O carro-chefe da companhia é o Zoho Workplace, uma plataforma de ferramentas para gestão da força de trabalho cuja função nas empresas equivale a soluções de big techs como o Workspace do Google e o Office da Microsoft.

A importância do Brasil para a empresa

A Zoho aterrissou no Brasil em 2021, com um escritório em Florianópolis, e vem crescendo rapidamente por aqui. Em 2023, houve um aumento de 43% no número de usuários e de 40% em vendas diretas na operação brasileira, comparado a 2022.

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No período, o país gerou o terceiro maior número de novas assinaturas da Zoho no mundo. A empresa está presente em 150 países.

A atenção ao Brasil é tamanha que, nas últimas semanas, a empresa abriu a possibilidade de os clientes brasileiros comprarem os produtos da Zoho pagando em reais. 

Até o momento, a Zoho no Brasil operava exclusivamente com pagamentos em dólar, permitindo pagamentos em moeda nacional apenas em vendas offline

O passo da companhia é uma novidade no setor. As empresas de tecnologia globais com operação no Brasil costumam receber em dólares. O arranjo atrapalha a contratação por parte das PMEs receosas de ver um estrago no balanço a cada ciclo de valorização da moeda americana.

"Nesses últimos três anos, pudemos conhecer de perto as necessidades e desafios enfrentados pelos empresários brasileiros. E uma delas, sem dúvida, era a dolarização da tecnologia", afirma o mexicano Rodrigo Vaca, que veio ao Brasil para liderar a operação da Zoho após formar-se num MBA pela Universidade Stanford e construir carreira em grandes empresas de tecnologia como Google, Microsoft e SAP.

"O pagamento em real vem para consolidar nosso compromisso com o desenvolvimento desses empresários, empresas de pequeno porte e de todo o cenário empresarial brasileiro, que precisa de soluções aderentes às suas realidades e que sejam ágeis, acessíveis e unificadas."

Além dos pagamentos em reais, a empresa quer ampliar mercado no país com programas de incentivo ao uso das ferramentas, a exemplo do Zoho For Startups, que oferece 2 mil dólares às empresas de tecnologia dispostas a experimentar as ferramentas de gestão da Zoho.

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