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Por que o Bradesco não está mais tão animado com Submarino e Magalu

Segundo estimativas, o comércio eletrônico deve representar quase 10% das vendas em 2020 por conta dos efeitos da pandemia do novo coronavírus

Ações da B2W, dona da Americanas.com e Submarino.com, tiveram alta de 91% desde queda em março (Germano Lüders/Exame)

Ações da B2W, dona da Americanas.com e Submarino.com, tiveram alta de 91% desde queda em março (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 1 de junho de 2020 às 11h30.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 12h24.

As ações de varejistas com operações no comércio eletrônico, como Via Varejo, Magazine Luiza e Lojas Americanas estão entre as maiores altas da bolsa de valores do último mês. Mesmo assim, o Bradesco acaba de rebaixar a recomendação para o Magalu e a B2W, dona da Americanas.com e Submarino.com, de compra para neutro. A corrida desacelerou?

O Bradesco acredita que a pandemia e a imposição de quarentena no país aceleraram em poucas semanas processos no comércio eletrônico que levariam até três anos para acontecer, o que levou as líderes do comércio eletrônico a crescer na Bolsa. 

Segundo estimativas do Bradesco, o comércio eletrônico deve representar quase 10% das vendas totais em 2020, proporção esperada para apenas 2023 antes da pandemia do novo coronavírus. Não apenas as vendas pela internet cresceram com o fechamento das lojas físicas. Varejistas investiram em itens de maior recorrência, como alimentos e bebidas e produtos de higiene, o que garante uma fidelização maior dos clientes. 

Se em 2015 o mercado de comércio eletrônico brasileiro chegou a 48,4 bilhões de reais e a 4,6% do mercado, cinco anos depois o mercado deve chegar a 123,7 bilhões de reais e a participação de 9,5% nas vendas. Por isso, depois de uma queda no mês de março, as ações da Magalu tiveram alta de 65%, Mercado Livre de 74%, B2W em 91% e Via Varejo em 135%.

E agora?

A aceleração dessas vendas - e da valorização das ações - não deve durar para sempre. "Quando a euforia de curto prazo em torno das altas taxas de crescimento desaparecer, e o crescimento do volume geral de vendas desacelerar inevitavelmente à medida que as lojas reabrem, vemos os riscos que esses múltiplos podem contrair", escreveu o banco em relatório, sobre os múltiplos entre o valor de vendas e as ações.

Por isso, o banco rebaixou a recomendação de compra para B2W e Magalu de outperform para neutro, com potencial de valorização de 9% e 1%. Manteve Meli em neutro, com potencial de 5%, e Via Varejo e Lojas Americanas com recomendação de outperform, com potencial de valorização de 21% e 17% respectivamente. 

Isso porque B2W, Magalu e Meli já estão com as ações em valores superiores aos picos antes da pandemia do coronavírus. O Mercado Livre, além disso, é desde 2017 o líder no comércio eletrônico segundo estimativas do Bradesco. No entanto, B2W e Magalu estão se aproximando de sua participação de mercado e devem chegar mais próximas de destronar a líder em 2023. 

O comércio eletrônico deve continuar a se fortalecer e muitas das mudanças ocorridas por conta da pandemia devem se manter no longo prazo. Mas, passada a corrida de valorização das ações, o mercado deve parar um tempo para respirar e analisar melhor cada uma das empresas.

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