Larry Ellison, cofundador da Oracle: ações dispararam 36% nesta quarta-feira, 10 (Andrew Harnik/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 19h12.
Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 19h27.
Cofundador da Oracle, Larry Ellison, de 81 anos, protagonizou um feito histórico nesta quarta-feira, 10. O bilionário viu sua fortuna crescer US$ 103 bilhões (cerca de R$ 557 bilhões) em apenas um pregão, segundo levantamento da Bloomberg, após as ações da Oracle dispararem em Wall Street com perspectivas de ganhos recordes no setor de inteligência artificial.
O patrimônio líquido de Ellison agora é estimado em US$ 295 bilhões (R$ 1,6 trilhão). Durante parte do dia, ele chegou a ultrapassar Elon Musk, assumindo temporariamente o posto de homem mais rico do mundo. No fechamento do pregão, porém, o fundador da Tesla retornou à liderança, com US$ 384 bilhões (R$ 2,1 trilhões).
As ações da Oracle Corp dispararam 36%, marcando o melhor dia da empresa desde 1992. A valorização adicionou US$ 244 bilhões (R$ 1,3 trilhão) ao valor de mercado da companhia, que agora está em US$ 922 bilhões, aproximando-se da marca de US$ 1 trilhão.
O grande motor da valorização foi a divisão de nuvem e inteligência artificial da Oracle. No balanço mais recente, a Oracle revelou um backlog (carteira de contratos já assinados) de US$ 455 bilhões, um salto de 350% em relação ao ano anterior. A expectativa da CEO Safra Catz é que esse número ultrapasse US$ 500 bilhões em breve.
Ellison detém cerca de 40% do capital da Oracle, segundo a S&P Capital IQ, e é o maior beneficiário desse salto no valor das ações. A companhia, que durante anos foi vista como “dinossauro dos bancos de dados”, se reposicionou estrategicamente como provedor essencial de infraestrutura em nuvem para IA, atendendo empresas que desenvolvem modelos de inteligência artificial de última geração.
Diferente de concorrentes como Microsoft, Google e Amazon, a Oracle não desenvolve seus próprios modelos de IA, o que a torna um parceiro neutro para empresas como OpenAI, Anthropic, Mistral AI e xAI, de Elon Musk. Essa postura permitiu acordos estratégicos também com empresas que poderiam ser concorrentes, como a Microsoft, que utiliza servidores Oracle para rodar seu chatbot Bing.
Apesar da disputa momentânea pelo topo do ranking de bilionários, Ellison e Musk têm uma relação de longa data. O fundador da Oracle já ajudou Musk em momentos críticos, incluindo a compra do Twitter (atual X), na qual investiu US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões), e integrou por anos o conselho de administração da Tesla.
A maior parte da fortuna de Musk está ligada às ações da Tesla, que tiveram quedas em 2025 devido a vendas estagnadas e à associação do executivo a figuras políticas polêmicas.
Ainda assim, ele pode ampliar sua fortuna de forma significativa caso seja aprovado, em novembro, um novo pacote de compensação da Tesla que prevê ganhos de até US$ 1 trilhão (R$ 5,4 trilhões) até 2035, se a empresa atingir metas ambiciosas de crescimento.