Negócios

Por que Daniel Loeb quer tirar filmes e discos da Sony

Conhecido “investidor ativista” está na ofensiva para promover uma oferta pública própria da divisão de entretenimento da Sony


	Daniel Loeb tem o costume de pressionar publicamente a direção das companhias em que investe
 (Jacob Kepler/Bloomberg)

Daniel Loeb tem o costume de pressionar publicamente a direção das companhias em que investe (Jacob Kepler/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de julho de 2013 às 18h43.

São Paulo – Daniel Loeb não acompanha seus investimentos em silêncio. O fundador e chefe-executivo do fundo de hedge Third Point é conhecido já faz algum tempo por repreender executivos e criticar a gestão das empresas em que tem papéis. Desta vez, ele cismou com a Sony – mais especificamente, com sua divisão de entretenimento.

Em carta pública divulgada nesta segunda, ele diz que a Sony Entertainment não está cumprindo seu potencial porque tem “má gestão, uma estrutura corporativa inchada, pacotes de bônus generosos, salários altos para executivos com desempenho insatisfatório e orçamentos de marketing que não parecem estar alinhados com qualquer senso de retorno sobre capital investido”.

Assim como a Disney, a Sony teve que lidar este ano com duas apostas de grande orçamento que afundaram nas bilheterias: “Depois da Terra” e “O Ataque”. Loeb não hesita em citar nominalmente Michael Lynton e Amy Pascal, os dois principais executivos do negócio, como “responsáveis pelo fiasco”, e também se diz perplexo com a declaração do presidente-executivo Kazuo Hirai de que “não está preocupado”.

O Third Point gastou 1,4 bilhão de dólares para se tornar o maior investidor da Sony, com 7% da companhia. Desde maio, Loeb está propondo que a empresa seja dividida e faça uma oferta pública de ações especificamente para a divisão de entretenimento, além de sugerir nomes para servir no conselho. Com uma participação menor do que essa, o investidor teve sucesso em sua empreitada de trocar a alta cúpula do Yahoo!.

Apesar do tom combativo, há também muitos elogios a atitudes recentes da Sony na carta. Loeb cita o sucesso do XPeria Z como sinal de esperança para a empresa no mercado de smartphones, e diz que o lançamento do Playstation 4 foi “perfeitamente executado”. Ele também acredita que a Sony deve se beneficiar das reformas e estímulos econômicos introduzidos pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Em nota, a Sony afirma que "está focada em criar valor para seus acionistas executando o plano para revitalizar e fazer crescer o negócio de eletrônicos, além de fortalecer ainda mais seus negócios financeiros e de entretenimento, que geram lucros estáveis. O Conselho de Direção da Sony, como já dito previamente, está analisando as propostas. A Sony espera continuar um diálogo construtivo com nossos acionistas enquanto persegue esta estratégia."*

*Atualizado 18:41

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas japonesasFundos de investimentoFundos hedgeIndústria eletroeletrônicaSony

Mais de Negócios

Contador online: com contabilidade acessível, Contabilivre facilita a rotina fiscal e contábil

Ele viu o escritório afundar nas enchentes do RS. Mas aposta em IA para sair dessa — e crescer

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores