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Por que a OGX, de Eike Batista, deixou muita gente feliz nesta quarta-feira

Pela primeira vez na sua história, OGX declara a viabilidade comercial de um poço de petróleo – e a estimativa ficou acima do que se esperava

Eike Batista: OGX declara comercialidade de petróleo pela primeira vez na história (Fred Prouser / Reuters)

Eike Batista: OGX declara comercialidade de petróleo pela primeira vez na história (Fred Prouser / Reuters)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 25 de abril de 2012 às 18h22.

São Paulo - Hoje foi um dia histórico para a OGX, braço petrolífero do conglomerado de empresas de Eike Batista. Isso porque, pela primeira vez, a companhia declarou a viabilidade comercial de um de seus poços de petróleo – o de Waikiki.

Na prática, a declaração é apenas mais uma etapa cumprida na extensa jornada que a companhia precisa percorrer antes de iniciar, de fato, a fase operacional. De qualquer modo, trata-se de um passo importante, principalmente, porque demonstra a quantidade de petróleo disponível que a OGX vai conseguir extrair durante a vida útil do poço.

De acordo com a companhia,  o  poço de Waikiki, localizado na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, tem  um volume comercializável de 285 milhões de barris de petróleo.

“Após uma intensa campanha de exploração e de delimitação ao longo dos dois últimos anos, que nos trouxe maior entendimento da região, esse anúncio nos faz avançar para a fase de produção da companhia”, afirmou Paulo Mendonça, diretor-geral e de exploração da OGX, em nota.

Veja, a seguir, quatro razões que justificam a satisfação dos investidores quanto à declaração de comercialidade da OGX, segundo analistas ouvidos por EXAME.com:

Volume além do esperado

Os 285 milhões de barris que o poço de Waikiki, tem capacidade de produção ficou acima das estimativas do mercado, que trabalhava com o número de 260 milhões de barris. Segundo Lucas Brendler, analista do setor de petróleo da Geração Futuro, o número é bastante positivo. “Principalmente porque ele é de apenas um dos poços que a OGX possui”, afirmou.


Em um documento recente apresentado pela OSX, braço do grupo EBX que constrói as plataformas utilizadas pela OGX, a companhia trabalhava com a hipótese de conseguir explorar entre 212 e 302 milhões de barris. “O número apresentado se aproxima do maior patamar estimado pela companhia”, disse Brendler. 

Qualidade do petróleo

Por enquanto, a OGX possui apenas um único cliente: a Shell, que se comprometeu a comprar 1,2 milhão de barris da fase pré-operacional, do poço de Waimea, também na Bacia de Campos, mas conseguir novos clientes não será problema, afirmou Brendler.

Segundo o analista, já foi comprovada a qualidade do óleo extraído dos poços da OGX.  Isso porque, o grau de API, escala arbitrária que mede a densidade dos líquidos derivados do petróleo, está em um nível muito bom.

Para Eric Scott, da SLW Corretora, a própria Shell pode se tornar um cliente potencial da OGX. “Já existe um relacionamento entre as companhias, mesmo que seja ainda na fase pré-operacional”, afirmou o analista.

Prazos sendo cumpridos

Assim como para a maioria dos setores, cumprir prazos é um fator determinante para as empresas petrolíferas, até mesmo porque, elas obtêm licenças com data de validade da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para a exploração de uma determinada área.

De acordo com Brendler, a OGX tem tomado muito cuidado com relação ao cronograma para a exploração do petróleo de seus poços.

Teste de longa duração descartado

O poço de Waikiki, por estar muito próximo ao de Waimea, na Bacia de Campos, pulou o teste de longa duração (TLD) – etapa que estuda a melhor forma de explorar o petróleo de um poço e a sua capacidade.

O TLD pode durar de quatro a seis meses e apesar de importante, não é imprescindível. “A OGX consegui descartar essa etapa, principalmente pela proximidade e semelhança entre os dois poços”, afirmou Brendler.

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