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Por que a Intel depende cada vez menos de PCs para lucrar?

Tablets puxaram o crescimento da empresa no Brasil e no mundo, que investe em parcerias, tecnologia nacional e vendas para o governo


	Brian Krzanich, CEO da Intel: pela primeira vez, a Intel no mundo bateu a marca de 100 milhões de processadores vendidos em um trimestre
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Brian Krzanich, CEO da Intel: pela primeira vez, a Intel no mundo bateu a marca de 100 milhões de processadores vendidos em um trimestre (David Paul Morris/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 17h10.

São Paulo - Ainda que computadores e notebooks tenham importância central, a Intel cresce no Brasil e no mundo amparada pelo desenvolvimento de tablets e smartphones.

“As vendas de computadores também aumentaram, mas de maneira estável. O crescimento extra no Brasil está baseado no mercado de tablets”, diz David González, diretor geral da Intel Brasil em entrevista à Exame.com.

Para ampliar ainda mais esse mercado, a empresa pretende desenvolver o setor de inovação no Brasil. “Muitas empresas multinacionais têm incentivos para manufaturar seus produtos no país, com tecnologia importada. Queremos fazer mais”, afirmou González.

Com parcerias com institutos de pesquisa, a Intel pretende diminuir o atraso do Brasil em relação ao desenvolvimento de tecnologia de ponta, já que 95% dos designs de computação pessoal provêm da Ásia. Entre os parceiros, estão a Unesp, o Senai-Cimatec, na Bahia, e o Instituto de Pesquisas Eldorado.

A iniciativa é um desdobramento do plano de investimento de R$ 300 milhões para o Brasil, anunciado no início de 2013.

Além de ampliar o desenvolvimento no país, a Intel também quer aumentar suas vendas. Por isso, está firmando parcerias com o governo, para a área de educação. Foram 400 mil aparelhos, entre tablets e notebooks comercializados este ano, para escolas do Pernambuco, Goiás e Rio Grande do Sul.

Outro ponto importante para o crescimento no país foi a ampliação do leque de modelos de tablets disponíveis para venda, de um para 20 no fim do ano.

Divulgação de resultados

Pela primeira vez, a Intel no mundo bateu a marca de 100 milhões de processadores vendidos em um trimestre. Englobando computadores, notebooks, tablets e smartphones, esta é uma marca histórica para a empresa.

O recorde garantiu faturamento de US$ 14,6 bilhões para a companhia, alta de 8% em relação ao ano anterior.

Além disso, o lucro operacional da companhia subiu 30%, chegando a US$ 4,5 bilhões, segundo os resultados do terceiro trimestre, divulgados ontem, 14.

No centro do crescimento dos números da Intel está uma tecnologia em miniatura: os microprocessadores Core M. Podem chegar a até 7mm, com tamanho 50% menor que os anteriores, e são usados em tablets e smartphones.

Os produtos, que começaram a ser produzidos no começo deste ano, chegam às prateleiras neste trimestre.

Dispositivos móveis

Pequenos, os microprocessadores prometem encabeçar uma mudança enorme na empresa. A área de dispositivos móveis corresponde hoje a 65% do total de investimentos feitos em inovação – há 3 anos, essa parcela era irrisória.

Até o ano passado, a Intel tinha apenas 1% do mercado de processadores para dispositivos móveis. Com os recentes investimentos na área, a empresa se tornou a líder na fabricação e venda de chips processadores para tablets.

Em setembro, a Intel adquiriu duas fabricantes chinesas de chips para smartphones, em esforço para se posicionar nesse mercado, por US$1,5 bilhão por uma participação de 20%.

Além de celulares e tablets, os microprocessadores podem ser integrados a dispositivos vestíveis, como relógios. Também permitem conectar aparelhos do dia a dia à internet. A chamada Internet das Coisas correspondeu a US$530 milhões de faturamento, nesse trimestre.

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