Negócios

Por que a GOL deu azar e não promete mais lucro para 2012

Empresa rebaixa estimativas para 2012, após prejuízo de R$ 715 milhões no segundo trimestre


	Avião da GOL: novo plano de voo para o segundo semestre reduz expectativas
 (Divulgação)

Avião da GOL: novo plano de voo para o segundo semestre reduz expectativas (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 11h45.

São Paulo – Diante do prejuízo líquido de 715 milhões de reais no segundo trimestre, a GOL decidiu reduzir suas expectativas para 2012. “Não temos perspectivas de números operacionais positivos para este ano”, afirmou o recém-empossado presidente da companhia, Paulo Kakinoff.

É claro que não é uma boa notícia para a companhia aérea, que há tempos luta para voltar ao azul. A GOL registrou lucro líquido em apenas dois dos últimos seis trimestres – no primeiro e no quarto trimestres do ano passado.

O último ano em que a companhia viveu um período de relativa tranquilidade foi 2010, quando somente o segundo trimestre entrou no vermelho (um prejuízo de 51,9 milhões de reais).

Para esquecer

Segundo Kakinoff, o mau resultado da GOL, entre abril e junho, reflete “a combinação mais adversa de fatores registrada em nossa série histórica.” Traduzindo: nunca a GOL teria dado tanto azar, ao sofrer, ao mesmo tempo, os impactos negativos da alta dos custos aeroportuários, do combustível e do dólar.

As despesas com tarifas aeroportuárias subiram 39,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado, chegando a quase 135 milhões de reais. Parte disso veio do novo método da Infraero para cobrar pelos seus serviços, mas o restante é fruto da redução da etapa média de voos, do aumento do número de pousos e decolagens e do próprio dólar.

Os custos com combustíveis subiram 26%, para 920 milhões de reais. Segundo a empresa, esse item pesou mais, sobretudo, pelo aumento de 12% no preço em reais do querosene de aviação, aliado a um aumento de 12,4% no consumo.

A alta da moeda americana também corroeu as contas da GOL e contribuíram para um salto no prejuízo líquido, que havia ficado em 41,4 milhões de reais no primeiro trimestre do ano. Segundo a empresa, somando o impacto nas despesas operacionais e no resultado financeiro, o dólar gerou perdas de 658 milhões de reais – ou 92% do prejuízo trimestral.

Nada muito melhor

O problema, segundo a GOL, é que o cenário para resto melhor não é muito mais animador do que isso. “O segundo semestre vai ser melhor, mas não muito”, afirmou Kakinoff. O executivo afirma que as medidas adotadas para conter a situação serão suficientes, apenas, para alcançar nas novas estimativas divulgadas pela companhia.

“Não vemos perspectivas para este ano de chegar àquilo que almejamos, que é voltar a operar com números positivos”, afirmou. A empresa desagradou os analistas, por exemplo, ao divulgar que suas novas estimativas incorporam margens negativas – em especial, o ebit (lucro antes de juros e impostos).

O ebit previsto anteriormente para este ano era positivo, e ficava na faixa de 4% a 7%. Agora, a empresa afirmou que fechou o semestre com taxa negativa de 8,7%, e prefere não divulgar nenhuma estimativa para o ano. “Ele vai estar no campo negativo, mas não temos um número para dar”, disse Kakinoff.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoBalançoscompanhias-aereasEmpresasEmpresas brasileirasExecutivos brasileirosGol Linhas AéreasPaulo Sérgio KakinoffServiçosSetor de transporte

Mais de Negócios

Franquias no RJ faturam R$ 11 bilhões. Conheça redes a partir de R$ 7.500 na feira da ABF-Rio

Mappin: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil no século 20

Saiba os efeitos da remoção de barragens

Exclusivo: Tino Marcos revela qual pergunta gostaria de ter feito a Ayrton Senna