Cerca de 8 milhões de jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos, estão à frente de seus negócios, segundo pesquisa do Monitor Global de Empreendedorismo (Hinterhaus Productions/Getty Images)
Repórter
Publicado em 21 de abril de 2024 às 08h00.
Última atualização em 23 de abril de 2024 às 15h29.
Desde pequena, Karenn de Moura Dantas, de Marabá, Pará, hoje com 20 anos, tinha vontade de empreender. “Eu pegava as roupas e sapatos da minha mãe e brincava de vendedora. Aos 16 anos, em meio a pandemia, eu comecei a frequentar de forma assídua a empresa dos meus pais e comecei a coordenar uma equipe”, diz Dantas que teve como resultado um aumento de vendas de 30%. “Vi esse resultado como um sinal de que eu estava no caminho certo e aos 19 anos virei franqueada da Anjos Colchões & Sofás."
A jovem empresária faz parte da geração que parece estar disposta a empreender o Brasil. Ao contrário de gerações anteriores, a ascensão de jovens pioneiros no empreendedorismo tem ganhado notoriedade: cerca de 8 milhões de jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos, estão à frente de seus negócios, segundo pesquisa do Monitor Global de Empreendedorismo.
Outro dado confirma o movimento dessa geração. Pelo segundo ano consecutivo, foi registrado um aumento de 10% na compra de franquias por menores de 24 anos diretamente, ou com a participação dos pais na negociação, afirma Lucien Newton, especialista em franquias e vice-presidente da vertical de consultoria da 300 Ecossistema de Alto Impacto.
“Esses jovens são tecnológicos e conseguem impulsionar o negócio, buscam por inovação e soluções criativas, e o perfil resiliente facilita a adaptação ao mercado”, diz Newton.
Entre as inúmeras oportunidades de investimento, Newton afirma que existem segmentos promissores que chamam a atenção desse público e também seguem em alta, são eles:
Vale destacar a importância do suporte da franqueadora e as habilidades que esses jovens trazem como bagagem e desafios que fazem parte da rotina. Newton diz que existem alguns obstáculos como experiência limitada, burocracias, competição acirrada e principalmente, conciliar com a vida pessoal. “Grande parte destes desafios são facilitados quando a rede oferece o apoio aos franqueados.”
Um ponto que vale atenção na hora de empreender é o comprometimento a longo prazo, afirma Newton. “Isso é uma dor muito grande, o franqueado ele investe em um negócio com previsão de retorno entre dois ou três anos, mas a expectativa por um resultado pode gerar uma ansiedade, principalmente nos mais jovens. Por isso, é preciso entender que existe um ponto de maturação para fazer funcionar.”
A cultura corporativa também precisa ser levada em conta, cada empresa tem uma forma de trabalho, rituais de gestão, uma necessidade de dedicação, que segundo Newton, vale para todas as gerações, mas a Z busca por uma cultura própria e fica mais engessada na adaptação do diferente do que está acostumada.
"Apesar dos desafios, vale reforçar que essa geração traz muita inovação por si só, porque obriga a rede de franquia se preparar para o futuro e isso traz certa forma ganho como um todo para o sistema de franquia", diz Newton.