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Por que a fusão da ALL e Rumo preocupa tanto outras empresas

No Cade, existe um inquérito administrativo que avalia a operação e cerca de dez companhias e associações se opõem ao negócio


	ALL e Rumo: fusão preocupa o mercado
 (Joel Rocha/EXAME.com)

ALL e Rumo: fusão preocupa o mercado (Joel Rocha/EXAME.com)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 09h53.

São Paulo – A fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo Logística preocupa o mercado. Prova disso é o número de petições protocoladas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) de empresas e associações em alerta com a união das duas companhias.

Segundo o órgão antitruste, existe um inquérito administrativo aberto para avaliar a operação. Até a última terça-feira, prazo máximo para que as empresas se manifestassem sobre a transação, pelo menos 10 companhias e associações se opuseram ao negócio.

O grupo Ultra, por exemplo, solicitou ao Cade que se desse continuidade às condições competitivas e equânimes do mercado, tanto para o próprio Ipiranga quanto para todas as outras empresas.

Outras sete associações também manifestaram preocupação com o negócio. Entre elas, a Federação das Indústrias do estado do Paraná (Fiep) e a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).

A Rumo Logística pertence à Cosan, maior produtora de açúcar do Brasil. A união com a ALL levanta duvidas no mercado sobre as prioridades que a empresa dará como dona da maior companhia ferroviária do país.

O mercado contesta, por exemplo, se a companhia vai priorizar o transporte de açúcar e deixará outros carregamentos de lado. Além disso, a Cosan pode também cobrar taxas mais altas para transportar produtos de concorrentes.

A operação entre a ALL e a Rumo foi anunciada em abril deste ano e é avaliada em mais de 11 bilhões de reais. Resta agora saber quais serão as restrições impostas pelo Cade para que ela seja concluída.  

A favor

Ao contrário do que EXAME.com informou, o Grupo São Martinho entende que a fusão entre a ALL e a Rumo  "não resultará em dificuldades adicionais para acesso de outras empresas às ferrovias atualmente sob gestão da ALL".

"Acreditamos que a operação poderá resultar em novos investimentos nas linhas férreas e equipamentos de transportes", afirmou a companhia, em documento protocolado no Cade.

*Matéria atualizada em 14/08 às 15h30.

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