Negócios

Por que a ESPN pode atrapalhar os negócios da Disney

Segundo relatório da Barclays, modelo comercial da rede de esportes é muito dependente dos canais por assinaturas – e isso pode ser um problema


	ESPN: apenas 15% dos americanos com TV a cabo estariam disposto a pagar pelo conteúdo
 (Laura Cavanaugh/AFP/AFP)

ESPN: apenas 15% dos americanos com TV a cabo estariam disposto a pagar pelo conteúdo (Laura Cavanaugh/AFP/AFP)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 23 de janeiro de 2016 às 07h00.

São Paulo – O fato do canal de esporte ESPN ser mais vulnerável e dependente dos assinantes de TV a cabo podem fazer com que o negócio atrapalhe seu controlador, a Disney.

A afirmação está no relatório da Barclays enviado para investidores nesta semana e alerta para a pressão com a perda de assinantes pelas TVs por assinatura.

“Isso ocorre porque o modelo comercial da ESPN depende do subsídio cruzado do pacote de TV por assinatura”, afirmava os analistas no documento.

A ESPN trabalha com custos elevados que representam uma “parcela desproporcional do fluxo de caixa da Disney”, afirmam os analistas.

Há ainda a preocupação com a mudança dos padrões de consumo de conteúdo. E uma pesquisa recente da companhia de estratégias BTIG mostrou o desafio.

Negócio esportivo

Dos 115 milhões de assinantes de teve a cabo nos Estados Unidos que têm o canal, apenas 17,25 milhões estariam dispostos a pagar US$ 20 para assistir o conteúdo pelo Netflix – serviço que está sendo desenhado.

O número, equivalente a 15% do total, é bem otimista. Na pesquisa, 9% dos entrevistados disseram que pagariam o preço e outros 6% ficaram em dúvida.

Ainda assim, considerados os pagantes mensais, a companhia estaria longe de faturar os US$ 9 bilhões que consegue hoje – e teria cerca de US$ 92 milhões por ano.

Para pagar os custos do negócio, e render o mesmo que os outros canais da Disney, a ESPN teria de cobrar US$ 30 por assinante pelo Netflix, estimam analistas.

A companhia parece ter visto que o canal teria tempos complicados pela frente e se adiantou com a demissão de pessoas, em outubro.

Mais de 300 pessoas perderam seus empregos na época, um corte tão grande quanto o feito pela empresa há dois anos.

Os custos com direitos de transmissão exclusivos, no entanto, subiram de US$ 3 bilhões para US$ 5 bilhões no ano passado.

A questão é saber quanto tempo mais a Disney bancará os negócios do canal esportivo sem nenhuma certeza de que poderá se manter em forma financeiramente no futuro. 

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