Disney: consultoria prevê que este ano a China vai se tornar o primeiro mercado no qual a maioria das compras de viagens online será feita através de celulares (Josh Hallett/Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 20h56.
MagicBands, as coloridas pulseiras eletrônicas usadas por milhões de clientes nos resorts da Walt Disney Co. em Orlando, Flórida, não estarão presentes no parque temático mais recente da empresa na China.
Os hóspedes do Shanghai Disney Resort, avaliado em US$ 5,5 bilhões, programado para abrir no primeiro semestre deste ano, poderão usar seus celulares para entrar no parque, comprar mercadorias e provavelmente ter acesso a passeios e atrações.
Os visitantes em Orlando já fazem essas coisas com as pulseiras, que estrearam na Flórida com grande fanfarra em 2013.
A Disney gastou US$ 1 bilhão e vários anos de desenvolvimento na MagicBands e em outras atualizações tecnológicas para seus resorts de Orlando. Mas a tecnologia se move rápido. Hoje, a Disney pode conseguir mais apenas usando os smartphones dos hóspedes.
“Quando a Disney estava começando a fazer seu investimento em Orlando, a revolução móvel ainda estava em um estágio muito precoce”, disse Douglas Quinby, vice-presidente de pesquisa na consultoria Phocuswright, em Atlanta. “Ninguém sabia como todas estas tecnologias iriam se relacionar”.
A Phocuswright prevê que este ano a China vai se tornar o primeiro mercado no qual a maioria das compras de viagens online será feita através de celulares. Em Xangai, a Disney vai usá-los para enviar alertas diretos sobre as condições do parque e das atrações.
“Mais avançado”
“O que você vai ver em Xangai é um parque que, de uma perspectiva tecnológica, é mais avançado do que qualquer coisa já construída”, disse o presidente e CEO Bob Iger, em 21 de dezembro em uma entrevista na TV Bloomberg.
“O consumidor será capaz de comprar entradas, usar seus celulares de uma forma muito mais avançada e atraente do que qualquer outro lugar, dentro da perspectiva de um parque temático, do que temos hoje”.
A Disney, maior operadora de parques temáticos do mundo, diz que as pulseiras foram um grande sucesso – não só porque a empresa pode canalizar mais pessoas através de seus parques a cada dia e vender mais mercadorias, mas também porque seus clientes realmente gostaram delas.
Ao deixar as pulseiras na Flórida, no entanto, a empresa vai economizar o custo de fazer os dispositivos, que são enviados para os compradores de passes de temporadas e para os hóspedes nos 18 hotéis de Orlando da empresa.
A iniciativa MagicBand da Disney foi criada pelo então chefe de sua divisão de parques, Jay Rasulo, quando o iPhone tinha acabado de estrear em 2007. Foi defendida por seu sucessor, Thomas Staggs, que agora é o CEO da Disney.
As pulseiras foram apresentadas em janeiro de 2013 como parte de uma atualização tecnológica das propriedades da Disney em Orlando, que incluem quatro parques temáticos e cerca de 26.000 quartos de hotel. Mais de 13 milhões de clientes já a usaram.
A Disney até vende pulseiras decorativas com Stormtroopers de “Star Wars” e outros personagens nelas por até US$ 30.
A empresa disse que as pulseiras, que estão conectadas a um sistema online para fazer reservas em passeios, refeições e outras atividades, aumentaram o número de visitantes e foram muito bem avaliadas em pesquisas de satisfação do cliente.
Os lucros na divisão de parques, o segundo maior depois da televisão, aumentou 14 por cento chegando a US$ 3 bilhões no ano passado, devido em parte a maior visitação e gastos dos hóspedes nos resorts nacionais. A renda cresceu 7 por cento, chegando aos US$ 16,2 bilhões. A Disney disse no ano passado que as pulseiras não seriam usadas em seus dois parques temáticos na Califórnia.
Em um evento da empresa em outubro, Staggs disse que as pulseiras eram apenas uma parte de um programa mais amplo que deu à empresa mais informações sobre os hóspedes em Orlando, e deu aos clientes mais ferramentas para desfrutar dos resorts.
“Se conseguirem passar esse mesmo tipo de aplicação para os celulares dos clientes, teriam uma maneira mais barata de usá-las”, disse Robin Diedrich, analista da Edward Jones Co. em Des Peres, Missouri. “Seria mais simples e estaria nas mãos de mais pessoas”.