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Por que a Disney comprou a Fox, dona de X-Men e Deadpool

Com a compra de 52 bilhões de dólares, a empresa do Mickey Mouse ganha força para brigar com a Netflix

wolverine (Reprodução/Reprodução)

wolverine (Reprodução/Reprodução)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 11h53.

Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 12h06.

São Paulo - A Disney acabou de anunciar a compra de parte da 21st Centrury Fox, do magnata Rupert Murdoch, por 52 bilhões de dólares.

A operação, que já era esperada há alguns dias, será feita em ações. Os acionistas da 21st Century Fox receberão 0,27 ação da Disney para cada ação da Fox. O negócio também inclui a dívida de cerca de 13,7 bilhões de dólares da Fox, o que resulta em um valor total de 66,1 bilhões de dólares.

O negócio não é importante apenas pelo seu tamanho, mas também pelo que ele significa para os fãs de cinema.

Com a compra, passam a fazer parte do portfólio da Disney as franquias de heróis como X-Men, Logan, Deadpool e Quarteto Fantástico, além das franquias de Avatar, Planeta dos Macacos, The Simpsons, FX Networks e National Geographic.

A transação inclui os estúdios de filmes e de televisão da 21st Century Fox, as redes de entretenimento locais a cabo e os negócios internacionais de televisão do grupo.

Na cesta de compras, também está a participação de 39% da Fox na Sky Europa e sua participação na Hulu, concorrente da Netflix.

O restante da companhia, a rede Fox de transmissão e seus canais Fox News Channel, Fox Business Network, FS1, FS2 e Big Ten Network, serão separados em uma nova companhia listada.

O que a aquisição significa para a indústria?

Com a compra, a empresa do Mickey Mouse passa a ser uma das mais poderosas do mercado de entretenimento, principalmente no cinema.

Ela já havia comprado a Marvel em 2009, por 4 bilhões de dólares. A Lucasfilm e os direitos de fazer novos filmes da saga Star Wars passaram a fazer parte da empresa em 2012, em uma aquisição de 4 bilhões de dólares. Também é dela o estúdio de animação Pixar e o canal de esportes ESPN.

Para Brian Wieser, analista da Pivotal Research Group, “a transação proposta, sem dúvida, apresentará níveis elevados de concentração em algumas partes da indústria, especialmente o mercado de cinema, mas geralmente deixa um número significativo de grandes jogadores além da expandida Disney”.

De acordo com ele, as duas empresas representaram cerca de 40% das receitas de bilheterias dos EUA e cerca de 28% do mercado internacional. Até o Avatar, filme mais lucrativo da história com bilheteria de 2,8 bilhões de dólares, estará nas mãos da Disney.

Mesmo assim, o cinema tem uma participação muito pequena, de 11 bilhões de dólares, no mercado de conteúdo premium, de 140 bilhões de dólares, que ainda inclui televisão paga, serviços de streaming e compra de DVDs e Blu Ray.

Guerra do streaming

Por isso mesmo, outro grande ganho da aquisição é a força para lutar contra serviços de streaming, como Netflix. A empresa já anunciou que iria retirar suas produções do serviço de streaming até 2019 e sua própria plataforma ano que vem.

A Netflix não é a única adversária que pode preocupar a Disney. A Amazon e a Apple também estão investindo no mercado.

A Amazon acaba de comprar, por algo entre 200 e 250 milhões de dólares, os direitos de uma prequel de O Senhor dos Anéis e está estudando um novo modelo de negócios, a criação de um canal Prime gratuito, custeado por anúncios. Já a Apple deu o passo que estava faltando para entrar de fato na briga e encomendou suas primeiras séries de ficção.

Com a compra da Disney de uma participação na Hulu, essa briga pode ficar mais séria.

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