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Por que a Ambev não terá uma vida fácil até dezembro

Segundo o Goldman Sachs, desaceleração do mercado e inflação podem aguar o chope da maior cervejaria do país

Skol, uma das marcas da Ambev: ano não deve ser tão redondo para a empresa (PEDRO RUBENS)

Skol, uma das marcas da Ambev: ano não deve ser tão redondo para a empresa (PEDRO RUBENS)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 06h12.

São Paulo – A Ambev, maior cervejaria do país, deve divulgar seus resultados no final do mês. O alívio esperado pelos analistas no segundo trimestre não deve ser suficiente para garantir um resto de ano fácil para a empresa. Pelo menos, é o que afirma um relatório do Goldman Sachs, assinado pelos analistas Luca Cipiccia e João Barrieu.

A primeira ressalva do banco é que a melhoria no volume de vendas de cervejas, no Brasil, entre abril e junho pode ter fôlego curto. E, por melhoria, leia-se uma queda menor que a registrada no primeiro trimestre: um recuo de 3%, ante os 8% de redução no início do ano.

No primeiro trimestre, o desempenho das vendas de refrigerantes foi melhor que o das cervejas. Segundo o Goldman Sachs, um ponto que pode atrapalhar a Ambev, neste trimestre, é que isso talvez não se repita. “Vemos risco de recuo nesta divisão [de refrigerantes] no 2º trimestre”, afirmam os analistas.

Para o restante do ano, as perspectivas também não são favoráveis. O Goldman Sachs espera que os volumes de cerveja continuem a deteriorar. O banco cita a Ingredion, uma das maiores fornecedoras do mundo de insumos para cervejarias, que, nesta semana, reduziu suas projeções de crescimento para 2013, devido, principalmente, ao fraco desempenho esperado na América do Sul.

Estagnação

Em relação ao Brasil, o Goldman Sachs reproduz um trecho do comunicado da Ingredion, que é listada na Bolsa de Valores de Nova York. No documento, a Ingredion afirma que “no Brasil, a economia continua mais estagnada que o esperado, particularmente em nossas vendas para a indústria cervejeira”.

Aumentar os preços para compensar eventuais quedas de volume de bebidas também não será uma opção fácil para a Ambev nesta segunda metade do ano. O Goldman Sachs lembra que, no terceiro trimestre do ano passado, a cervejaria elevou em 20% o preço de suas bebidas, para compensar a elevação de impostos sobre o setor.

Mas o cenário econômico é desfavorável neste ano, de acordo com os analistas. A pressão inflacionária pode dificultar repasses de custos e reajuste de preços até dezembro, já que compromete a renda dos consumidores.


“Um ambiente inflacionário pode não ser negativo para a Ambev, mas ele ocorre em um momento de volumes fracos e poderia aumentar a competição de preços”, diz o relatório do Goldman.

Como todo administrador sabe, se não é possível aumentar vendas ou preços, o lucro pode crescer por meio de corte de custos e despesas administrativas. Mas, mesmo deste lado do balanço, a Ambev não teria mais muito espaço para enxugar gorduras.

Segundo o Goldman, “a companhia conta com um forte histórico de gestão acurada de custos; isso significa que haveria poucas oportunidades para encontrar economias”. Com um cenário desses, os executivos da Ambev não terão muito descanso na happy hour até bater suas metas anuais.

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