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Por dentro da nova sede da Unilever, que tem sorvete de graça e playground

No novo escritório, funcionários não têm mesas fixas e guardam seus pertencem em armários pessoais. Há ainda um playground suspenso para os filhos.

Playground suspenso atende filhos de funcionários da Unilever (Ali Karakas/Divulgação)

Playground suspenso atende filhos de funcionários da Unilever (Ali Karakas/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 06h00.

Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 06h00.

São Paulo – A Unilever no Brasil mudou de endereço. Desde 16 de julho, 1.500 funcionários da multinacional agora estão instalados em nove andares do edifício WTorre, no Morumbi (SP).

“O ambiente antigo não atendia mais às nossas necessidades em termos de flexibilidade e estímulo à criatividade”, afirma a vice-presidente de Recursos Humanos da companhia, Luciana Paganato. A principal novidade da sede é que lá ninguém tem uma mesa de trabalho fixa. Mas também há novidades em outros campos: uma delas é o espaço dedicado aos filhos funcionários, que ganharam um playground suspenso com vista para a cidade.

Outro foco da empresa que ganhou mais atenção com a mudança é a sustentabilidade. O escritório foi desenhado desde o início para obter o nível Gold da certificação de sustentabilidade LEED.

Dona de marcas como Omo, Dove, Maizena e Kibon, a companhia está há 90 anos no Brasil e tem, além do escritório sede, nove fábricas espalhadas pelo país.

Para mudar de lugar sem gerar muitos transtornos aos funcionários, a empresa definiu que a nova sede precisaria estar num raio máximo de 5 km da sede antiga.

Depois de escolhido o prédio, os funcionários puderam participar da definição do layout, dando sugestões e levando suas demandas a representantes escolhidos pela empresa. Também foram organizadas feiras para que todos pudessem conhecer o entorno do novo local e até ajudar a escolher o mobiliário instalado. Arrumar a nova casa levou oito meses.

A Unilever não tem vivido seus melhores dias no Brasil. As vendas da companhia caíram em 2017, como resultado da mudança de hábitos do consumidor com a crise econômica. Mas a mudança de prédio não está relacionada aos números do ano passado, que a empresa vê como “um ponto isolado”. De qualquer forma, a vice-presidente de RH avalia que os novos ares devem ajudar a equipe a trabalhar por melhores resultados. “Mudar reenergiza as pessoas”, diz.

EXAME visitou o novo escritório da companhia. Confira abaixo:

Não há mesas fixas

Ponto de encontro do setor de vendas, no 10o andar do prédio

Ponto de encontro do setor de vendas, no 10o andar do prédio (Ali Karakas/Divulgação)

Na nova sede da Unilever, a única pessoa que tem uma sala e mesa fixas é o CEO. O restante dos 1.500 funcionários, dos vice-presidentes aos estagiários, usam laptops e podem trabalhar de qualquer lugar dentro da empresa.

Os setores da companhia, como vendas e recursos humanos possuem “pontos de encontro”. Ao chegar ao escritório, o funcionário pode buscar um lugar nas mesas disponíveis nesses ambientes, ou ainda decidir trabalhar em outro espaço.  A foto mostra o ponto de encontro da equipe de vendas da Unilever.

Armários pessoais

Armários pessoais no novo escritório da Unilever em São Paulo

Armários pessoais no novo escritório da Unilever em São Paulo (Ali Karakas/Divulgação)

Como os funcionários perderam suas mesas, cada um possui um armário, onde guarda seu computador e objetos pessoais. E mais: se alguém está sentado em alguma mesa e vai precisar sair para uma reunião de mais de meia hora em outro local, deve tirar seus pertences para que outra pessoa possa usar o espaço.

Espaços criativos para trabalho e reunião

Espaço de reunião de projetos, com lousas móveis, também, pode servir de estação de trabalho

Espaço de reunião de projetos, com lousas móveis, também, pode servir de estação de trabalho (Ali Karakas)

Com essa nova estrutura, o escritório tem mesas disponíveis para apenas 65% de sua força de trabalho. São 1.500 funcionários para 1.115 postos de trabalhos individuais. Porém, Paganato garante que isso não é um problema. Se por acaso não houver lugar para alguém trabalhar em uma mesa “tradicional”, a pessoa pode optar por algum dos vários ambientes alternativos do escritório, que também servem como espaços de reunião. Na foto é possível ver um desses espaços: as paredes são móveis e também servem como lousa para anotações.

Ambientes informais

Área para reuniões informais, no 6°andar do novo escritório da Unilever

Área para reuniões informais, no 6°andar do novo escritório da Unilever (Ali Karakas/Divulgação)

Cada andar da nova sede possui 14 salas de reunião ou ambientes informais para conversas de equipe. Muitos desses espaços abusam das cores, com o objetivo de estimular a criatividade. “Esse modelo de trabalho garante mais possibilidades de trocas entre os funcionários, mais possibilidades de conhecer pessoas, e isso aumenta a produtividade e a criatividade”, afirma Luciana Paganato.

Salas com videoconferência

Sala de reunião com tela para videoconferência, no 10°andar

Sala de reunião com tela para videoconferência, no 10°andar (Ali Karakas/Divulgação)

As salas de reunião mais tradicionais possuem um sistema digital de reserva de horário, que pode ser acessado por todos. O funcionário pode fazer a reserva tanto pelo seu computador quanto pelo display instalado na porta de cada sala. Cada espaço do tipo tem tecnologia para a realização de videoconferências.

Sala de reunião da cúpula

Sala de reunião da cúpula da empresa

Sala de reunião da cúpula da empresa (Ali Karakas/Divulgação)

A sala de reunião da cúpula da empresa conta com vista privilegiada da cidade e uma tela de 172 polegadas. Apesar de terem uma sala especial para se encontrarem, no dia-a-dia, os vice-presidentes da empresa trabalham em um “ponto de encontro” aberto, sem divisórias ou salas.

Assim como todos os outros funcionários, eles podem optar por trabalhar deste local ou de qualquer outro espaço da empresa. “Isso quebra a distância entre a cúpula e os demais funcionários”, afirma a VP de RH.

Com isso, a intenção é tornar a empresa mais ágil e facilitar a troca entre funcionários de diferentes gerações. “A ideia é não ter portas. O mundo está se transformando e as pessoas têm um olhar crítico para grandes corporações como a Unilever. Têm a ideia de ser uma estrutura lenta e pesada. A ideia aqui é ter um ambiente que nos permita ser grandes mais continuar inovando”, afirma.

Espaço coworking

Espaço de coworking, com mesas móveis e painéis de inspiração

Espaço de coworking, com mesas móveis e painéis de inspiração (Ali Karakas/Divulgação)

No 3º andar do prédio fica um espaço diferente, onde os funcionários costumam receber visitantes. Inspirado em ambientes de coworking, o espaço tem mesas e sofás móveis, além de painéis decorativos.

Semelhantes aos painéis que decoram a entrada de todos os andares do escritório, esses quadros têm o objetivo de lembrar aos funcionários sobre quem são os seus clientes. “Eles mostram a diversidade do Brasil, e estão espalhados para que a gente nunca se esqueça que nosso foco primordial é falar com o consumidor”, afirma Paganato.

Assim como em outros espaços do escritório, parte do mobiliário deste ambiente é feita com madeira de reflorestamento. A executiva afirma que todo o desenho do novo escritório foi pensado levando em conta a sustentabilidade e uso de materiais alternativos. O resultado é que a empresa gasta hoje 30% menos do que na outra sede com manutenção.

Café e pausa no trabalho

Área de café e descontração no 10o andar do escritório; há espaços semelhantes em todos os andares

Área de café e descontração no 10o andar do escritório; há espaços semelhantes em todos os andares (Ali Karakas/Divulgação)

Todos os andares da nova sede possuem espaços de café e descontração em que os funcionários podem dar uma pausa no trabalho.

Refeições e sorvetes

Espaço de alimentação e, ao fundo, espaço para comprar sorvetes

Espaço de alimentação e, ao fundo, espaço para comprar sorvetes (Ali Karakas/Divulgação)

O escritório possui ainda um espaço para alimentação. Ao fundo, os funcionários podem comprar potes de sorvete das marcas da casa. Mas, se quiserem somente um picolé de sobremesa, podem pegar gratuitamente. A empresa também distribui frutas diariamente neste espaço. Ao fundo do refeitório fica um local com geladeiras e micro-ondas para atender quem opta por levar comida de casa.

Berçário

O berçário para filhos de funcionários

O berçário para filhos de funcionários (Ali Karakas/Divulgação)

A sede possui também um berçário para os filhos de funcionários (homens e mulheres), com capacidade para cuidar de 40 crianças de até 2 anos.

Playground suspenso

O playground externo, no 5° andar do edifício

O playground externo, no 5° andar do edifício (Ali Karakas)

Além de espaços internos, o berçário possui um playground ao ar livre, instalado no 5° andar do edifício.

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