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Pokémon Go é estímulo para contas fragilizadas da Nintendo

Em apenas uma semana, o jogo mobile baseado na famosa franquia bateu recordes nos países que já receberam o lançamento e resultou em um enorme lucro à marca.


	Pikachu: ações da Nintendo, que tem sede em Kyoto, no oeste do Japão, registraram uma alta de 68,13% na última semana
 (Michael Nagle/Getty Images)

Pikachu: ações da Nintendo, que tem sede em Kyoto, no oeste do Japão, registraram uma alta de 68,13% na última semana (Michael Nagle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2016 às 18h11.

Tóquio - O fenômeno "Pokémon Go" significou uma brisa de ar fresco para a Nintendo, que viu seu valor de mercado duplicar na Bolsa de Tóquio após comprovar que os smartphones podem ser a solução para a fragilizada situação econômica da empresa japonesa.

Em apenas uma semana, o jogo mobile baseado na famosa franquia bateu recordes nos países que já receberam o lançamento (Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Alemanha e Reino Unido) e resultou um enorme lucro para a marca.

As ações da empresa, que tem sede em Kyoto, no oeste do Japão, registraram uma alta de 68,13% na última semana, impulsionada pela nova febre Pokémon. Na quinta-feira, os títulos se valorizaram em 15,9% no pregão de Tóquio, até 25,3 mil ienes (R$ 775), o maior número registrado neste ano.

Esta situação contrasta com o fraco desempenho da Nintendo nos últimos meses, motivado em grande parte pela decepcionante estreia no setor de jogos mobile com "Miitomo", em março.

A indústria de games foi pega de surpresa quando a Nintendo anunciou no início de 2015 uma parceria com a desenvolvedora DeNA para criar jogos mobile. Meses antes, o lendário produtor Shigeru Miyamoto havia dito que a empresa japonesa descartava investir no setor a curto prazo.

No entanto, Miitomo não foi a solução para o que era buscado e a expectativa pelos títulos ainda em desenvolvimento diminuiu, o que enfraqueceu o interesse dos investidores em colocar dinheiro em uma empresa que não parecia ter futuro no mobile.

Então chegou Pokémon Go. Desde o lançamento do jogo, no dia 6 de julho, o aplicativo se tornou o maior game mobile da história dos Estados Unidos, com 21 milhões de usuários ativos diários e que passam mais tempo em busca dos monstrinhos do que na rede social Facebook.

Os números são ainda mais chamativos porque o jogo, desenvolvido pela Niantic e distribuído pela Nintendo, só foi disponibilizado em poucos países até o momento, o que mostra um potencial enorme em termos globais.

A Nintendo, ainda sob a presidência de Satoru Iwata (morto em julho de 2015), decidiu apostar neste setor emergente após anos de resistência para diversificar os negócios para melhorar as contas da empresa, que andavam fragilizadas nos últimos anos.

A empresa criadora de Super Mario registrou lucro líquido de 16,505 bilhões de ienes (R$ 500 milhões) em 2015, número 60,6% menor que o registrado no ano anterior.

Um dos motivos para o baixo desempenho foi a queda das vendas do portátil 3DS e dos jogos para o mesmo (cerca de 25%), assim como a falta de consolidação no mercado do console Wii U em relação aos concorrentes Xbox One e Playstation 4.

Lançado em 2012, o Wii U nunca chegou a se equiparar ao antecessor Wii, um dos maiores sucessos comerciais da história da companhia e dos videogames, comercializado há dez anos.

Diante desta situação, a Nintendo decidiu focar no desenvolvimento de um novo console, o ainda misterioso NX, e no setor de jogos para smartphones.

O sucesso imediato de Pokémon Go aumentou as expectativas sobre possíveis futuros lançamentos da Nintendo para o setor, com franquias consagradas como Mario e The Legend of Zelda.

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