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“Poderia ser eu", diz CEO da Merck sobre morte de George Floyd

“O homem negro americano, que poderia ser eu ou qualquer outro, é tratado como menos que humano”, disse executivo que comanda gigante farmacêutica

Kenneth Frazier, CEO da Merck: "poderia ter sido eu", diz executivo sobre morte de George Floyd (Chris Goodney/Bloomberg)

Kenneth Frazier, CEO da Merck: "poderia ter sido eu", diz executivo sobre morte de George Floyd (Chris Goodney/Bloomberg)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 2 de junho de 2020 às 15h10.

Última atualização em 3 de junho de 2020 às 10h51.

O presidente da farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), Kenneth Frazier, disse em entrevista que George Floyd, homem negro morto nos Estados Unidos, poderia ter sido ele. “O que a comunidade negra dos Estados Unidos vê naquele vídeo é que o homem negro americano, que poderia ser eu ou qualquer outro, é tratado como menos que humano”, disse em entrevista à CNBC.

“O que a comunidade negra viu foi que, até os protestos começarem nas ruas, esse policial, muito menos outros policiais, não seria preso pelo que foi claramente um tratamento desumano de um cidadão”, afirmou. Floyd, um homem negro, de 46 anos, foi asfixiado pelo policial Derek Chauvin, na segunda-feira, 25, durante uma abordagem policial em Minneapolis.

Frazier é atualmente um dos quatro únicos CEOs negros dentre as empresas na lista das 500 maiores companhias listadas dos Estados Unidos, a Fortune 500. “Tenho certeza que o que o que colocou minha vida em uma trajetória diferente foi que alguém interveio para me dar uma oportunidade, para fechar a lacuna de oportunidade, e a lacuna ainda está lá”, disse.

Outros líderes empresariais também se manifestaram sobre a morte de George Floyd nos Estados Unidos. Mark Mason, diretor financeiro do Citi escreveu uma carta em que lembra os perigos da vida diária para americanos negros, como ele.

“Embora eu seja o diretor financeiro de um banco global, os assassinatos de George Floyd em Minnesota, Ahmaud Arbery na Geórgia e Breonna Taylor em Kentucky são lembretes dos perigos que os americanos negros, como eu, enfrentamos ao viver nossas vidas diárias. Apesar do progresso que os Estados Unidos fizeram, os negros frequentemente têm privilégios básicos negados. Não estou falando dos privilégios de riqueza, educação ou oportunidades de emprego. Estou falando de direitos humanos e civis e de dignidade e respeito que os acompanham. Estou falando de algo tão banal quanto poder correr”, diz um trecho da carta.

 

O CEO da Apple, Tim Cook, escreveu uma carta para seus funcionários, dizendo que a Apple apoia a luta dos negros contra a violência e o preconceito no país e afirma que os recursos da empresa serão disponibilizados para os funcionários que precisarem deles.

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