IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais (Ponomariova_Maria/Getty Images)
Isabela Rovaroto
Publicado em 30 de setembro de 2022 às 10h26.
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) de agosto indica que a movimentação financeira real das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras voltou a crescer de modo mais significativo, após fracos resultados em junho e julho.
No último mês, o IODE-PMEs mostra que a média da movimentação financeira real do setor avançou 4,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já com julho de 2022, o índice mostrou crescimento de 6,8%. No acumulado do ano até agosto, os dados mostram crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2021.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: agropecuário, comércio, indústria, infraestrutura e serviços.
Apesar da taxa básica de juros continuar em nível elevado, o que penaliza a evolução do consumo e dos investimentos na economia, o período recente tem sido marcado por redução das pressões inflacionárias no Brasil, com destaque para a queda dos preços domésticos da gasolina e do diesel.
"O recuo dos preços de combustíveis afeta de modo significativo todos os setores da economia, já que grande parte das atividades tem elevada exposição dos custos aos combustíveis. Ou seja, o quadro atual acaba favorecendo diversos empreendedores, que tiveram que lidar com o forte aumento dos preços de combustíveis no país no decorrer do primeiro semestre do ano”, diz Felipe Beraldi, gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie.
O resultado positivo do mercado em agosto foi puxado pelo bom desempenho nos setores da Indústria e do Comércio.
No primeiro, a movimentação financeira real do setor avançou 15,7% em agosto de 2022 na comparação anual, puxada por atividades ligadas ao setor coureiro, alimentício e químico, especialmente.
O segundo também se destacou no mês, com crescimento de 10,6% frente a agosto de 2021. No período, o desempenho do índice refletiu o avanço verificado no setor varejista, com destaque para atividades como: ‘varejo de artigos de cama, mesa e banho’, ‘varejo de calçados’ e ‘varejo de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns’.
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Apesar do crescimento do índice geral do mercado de PMEs, há importantes setores que seguem mostrando perda de fôlego nos últimos meses. No segmento de Infraestrutura, por exemplo, o IODE-PMEs indica queda de 7,4% da movimentação financeira real em agosto na comparação anual. A atividade do setor de Serviços também seguiu mostrando ritmo enfraquecido no período recente.
O setor de Serviços detém importante participação no mercado de pequenas e médias empresas brasileiras. Segundo informações do Sebrae, dentre os cerca de 7 milhões de CNPJs ativos de microempresas e empresas de pequeno porte, cerca de 47% estão concentradas em atividades ligadas ao setor de Serviços.
Considerando o tamanho deste setor na economia brasileira, o IODE-PMEs traz um alerta nos últimos três meses. Especificamente em agosto, a movimentação financeira real do setor recuou 2,6% na comparação anual, após queda de 4,5% observada em julho.
“De fato, ao analisarmos a evolução da tendência da movimentação financeira das PMEs de Serviços – considerando que a média móvel do índice limpa a série de flutuações meramente sazonais –, observa-se uma clara perda de fôlego do setor no período recente, após resultados bastante expressivos entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano”, explica Beraldi.
Do ponto de vista das atividades que compõem o setor de Serviços, os fracos resultados verificados nos últimos meses estão concentrados nos segmentos de ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’. Também se observa desempenho abaixo da média das atividades de serviços ligadas ao setor de ‘Transporte, armazenagem e correio’.
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