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Planta da JBS em Mato Grosso do Sul será a maior unidade de bovinos da América Latina

Recém-habilitada para exportar para a China, fábrica receberá R$ 150 milhões em investimento para duplicar a produção e o número de colaboradores

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, no ano passado, 37% do total das exportações de carne do país (2,2 milhões de toneladas) foram para o gigante asiático, superando os US$ 8,2 bilhões   (JBS/Divulgação)

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, no ano passado, 37% do total das exportações de carne do país (2,2 milhões de toneladas) foram para o gigante asiático, superando os US$ 8,2 bilhões   (JBS/Divulgação)

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Publicado em 14 de maio de 2024 às 18h11.

Última atualização em 14 de maio de 2024 às 19h26.

Os primeiros contêineres de carne bovina do Brasil, enviados pelos novos frigoríficos habilitados em março para exportar para a China, já estão chegando à potência asiática. 

O embarque do lote inicial aconteceu em abril e foi marcado por uma cerimônia, com a presença do presidente da República, na unidade Campo Grande II, da JBS, no Mato Grosso do Sul. A planta da multinacional brasileira, a maior agroindústria do mundo, é uma das 38 autorizadas agora a enviar proteína animal ao mercado chinês.

No ano em que o Brasil celebra 50 anos de relações diplomáticas com a China, o número de habilitações emitidas de uma única vez é o maior já registrado na história. 

A previsão do governo é que a ampliação das exportações gere um incremento de R$ 10 bilhões na balança comercial. 

“Essas 38 habilitações significam um passo gigantesco para o agronegócio brasileiro. Significam crescimento, geração de emprego e renda. Para a indústria, para o campo, para as pessoas, para o comércio, para cidades”, declarou Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS.

O frigorífico da empresa no Mato Grosso do Sul tem uma importância especial nessa relação entre os dois países: foi o primeiro visitado pela China no Brasil em 2018, quando houve a abertura do mercado chines, sendo um local oportuno para que autoridades e representantes do agronegócio celebrassem o novo momento.

Maior planta de carne bovina da América Latina 

Diante do potencial das novas oportunidades, Tomazini anunciou que a JBS vai dobrar a capacidade de produção e os empregos na unidade Campo Grande II, o que vai torná-la a maior planta de carne bovina de toda a América Latina e uma das três maiores da companhia no mundo. 

O planejamento é que, em um ano, o volume processado diariamente na fábrica passe dos atuais 2,2 mil para 4,4 mil animais, e a força de trabalho salte de 2,3 mil colaboradores para 4,6 mil. Para isso, serão investidos R$ 150 milhões. 

A unidade, construída em 2007 e adquirida pela JBS três anos depois, produz 440 toneladas de carne e 2,4 milhões de hambúrgueres (136 toneladas) por dia. Além de abastecer o mercado interno e exportar para a China, está apta a fornecer para Estados Unidos, União Europeia, Argentina, Chile, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Egito, entre outros.

60% da produção no MS agora acessa o mercado chinês

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, no ano passado, 37% do total das exportações de carne do país (2,2 milhões de toneladas) foram para o gigante asiático, superando os US$ 8,2 bilhões.  

“Operamos em muitos países ao redor do mundo e nenhum deles é hoje tão atrativo quanto o Brasil para se investir no agronegócio. Estamos muito otimistas”, destacou Tomazini.

Em 2023, eram 106 os estabelecimentos habilitados, sendo 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e um de asininos. Com as liberações de março, o número sobe para 144, uma ampliação considerável das oportunidades comerciais. 

Com as autorizações, o Mato Grosso do Sul avança de três para nove plantas habilitadas. “Apenas 11% do que era produzido no estado acessavam o mercado chinês, agora quase 60% passam a ter acesso a esse relevante mercado consumidor”, detalhou o CEO da JBS.

Validadas todas as condições exigidas pelo comprador, os produtores mato-grossenses agora podem exportar para a China um volume equivalente a 2,3 milhões de animais. Até o início de março, esse número equivalia a, no máximo, 467 mil cabeças.

JBS foi a empresa com mais fábricas aprovadas

Entre as novas empresas aptas, 24 são frigoríficos de carne bovina e oito frigoríficos de carne de frango. Também estão na lista cinco entrepostos frigoríficos e um produtor de carne bovina termoprocessada, duas categorias inéditas de habilitação do Brasil no comércio com a China. 

A fábrica da JBS que receberá investimentos para duplicar as operações não é a única da companhia entre as novas aprovações. A empresa é a que teve mais autorizações nesta rodada, com 12 plantas, incluindo duas da Seara, marca do grupo JBS, para a comercialização de aves e suínos.

São elas: Santana do Araguaia (PA), Naviraí (MS), Confresa (MT), Alta Floresta (MT), Marabá (PA), Campo Grande (MS), Campo Grande II (MS), Pimenta Bueno (RO), Diamantino (MT), Pontes e Lacerda (MT), além das da Seara, de Santo Inácio (PR) e Itajaí (SC).

“Esse é um momento importante para os dois lados. A China que vai receber carnes de qualidade com preços competitivos e, ao Brasil, a certeza de geração de emprego, oportunidade e crescimento da economia brasileira”, declarou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. “É um dia histórico na relação comercial Brasil-China e para nossa agropecuária”.

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