Gol: a notícia de que a empresa demitiria 2.500 pessoas este ano - incluindo pilotos e comissários - chegou rápido a Dublin (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2012 às 08h42.
Rio de Janeiro - A onda de demissões na GOL reacendeu o temor de o País ver uma nova leva de pilotos migrar para o exterior em busca de emprego, num movimento semelhante ao que aconteceu após a paralisação das operações da Varig em 2006. Atentas à mudança de cenário, empresas internacionais de recrutamento e companhias aéreas estrangeiras começam uma corrida para tentar captar os profissionais desempregados hoje no mercado brasileiro.
Com a perspectiva de um novo impulso no fluxo de pilotos expatriados, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) já receia uma volta da situação vivida até o ano passado, quando a escassez de pilotos assombrava companhias aéreas nacionais. "Assim que o mercado brasileiro (de aviação civil) voltar a crescer, vamos ter falta de pilotos novamente", disse o secretário-geral da entidade, Sérgio Dias.
A notícia de que a Gol demitiria 2.500 pessoas este ano - incluindo pilotos, comissários e outros profissionais - chegou rápido a Dublin, na Irlanda, onde estão os escritórios da empresa de recrutamento Direct Personnel. Ao tomar conhecimento das dispensas pela aérea brasileira, a companhia entrou em contato com o sindicato e começou a procurar os pilotos desempregados para tentar levá-los para companhias aéreas estrangeiras.
A busca por uma posição no exterior pode ajudar os pilotos dispensados a encontrar mais rapidamente uma vaga, num momento em que a situação é mais adversa do que a de 2006. Na época, companhias como TAM e Gol estavam em franca expansão e absorveram parte dos profissionais que ficaram sem trabalho com o fim da Varig. Hoje, depois de um ano marcado por um prejuízo conjunto de mais de R$ 1 bilhão, as duas empresas enxugam suas operações.
Os pilotos nacionais têm sido disputados principalmente por aéreas da Ásia, continente em que a aviação civil vem se desenvolvendo fortemente nos últimos anos e que não tinha um contingente significativo de pilotos. Mas outras regiões, como África e Europa, também têm oferecido vagas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.