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Philip Morris, fabricante do Marlboro, coloca a cannabis na mira

Se a Philip Morris optar pela cannabis, isso pode fazer parte da estratégia “Além da Nicotina” da empresa

Maconha: como a proposição tramitou em caráter conclusivo, o projeto seguirá diretamente para o Senado (Young Chang/Getty Images)

Maconha: como a proposição tramitou em caráter conclusivo, o projeto seguirá diretamente para o Senado (Young Chang/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 28 de abril de 2021 às 17h25.

Última atualização em 28 de abril de 2021 às 17h38.

Depois de manter distância da cannabis, a Philip Morris International, fabricante dos cigarros Marlboro, começa a olhar mais de perto o aquecido mercado.

A empresa analisa fatores como a toxicidade da cannabis, eficácia e diferenças entre as opções farmacêuticas e de consumo, disse o CEO Andre Calantzopoulos à Bloomberg News na terça-feira.

A empresa ainda está estudando o setor porque o mercado é muito novo e não há uma regulamentação sólida, disse o executivo.

“Estamos fazendo todo esse trabalho e um dia determinaremos quais caminhos seguir”, afirmou em entrevista. “Mas nossa prioridade é o que estamos fazendo com nossos produtos sem fumaça, e aí é onde eu ficaria na cannabis.”

Os comentários sugerem uma possível transição para uma empresa que se manteve à margem do mercado de maconha, mesmo com a entrada de outras empresas de cigarros.

Em 2018, a Altria Group, que vende Marlboros nos Estados Unidos, anunciou um investimento na produtora canadense de cannabis Cronos Group; no início deste ano, a British American Tobacco comprou uma participação na Organigram Holdings.

Há cinco anos, a Philip Morris investiu em uma empresa israelense de cannabis medicinal, a Syqe Medical, mas a aposta não estava diretamente relacionada a produtos de maconha.

O pequeno acordo tinha como objetivo garantir os direitos globais exclusivos de tecnologia para dosagem de alta precisão para produtos de tabaco sem fumaça e aplicações de nicotina, disse Corey Henry, porta-voz da Philip Morris.

Se a Philip Morris optar pela cannabis, isso pode fazer parte da estratégia “Além da Nicotina” da empresa, que inclui a adição de botânicos para expandir a oferta de produtos de risco reduzido com novos sabores como cravo, anis-estrelado ou camomila.

Áreas de oportunidade também podem incluir produtos que ajudam a dormir, fornecem energia ou acalmam, disse a empresa no Dia do Investidor em fevereiro.

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