Negócios

Pharol quer acompanhar aumento capital da Oi

Esta semana o conselho da Oi aprovou ajustes ao plano de recuperação judicial da empresa, após a versão anterior ter sido criticada pela Anatel

Oi: a Pharol detém cerca de 27,2% da Oi (Eny Miranda/Oi/Divulgação)

Oi: a Pharol detém cerca de 27,2% da Oi (Eny Miranda/Oi/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 24 de novembro de 2017 às 17h56.

Lisboa - A holding Pharol, maior acionista da Oi, quer participar no aumento de capital que faz parte do crucial plano de recuperação judicial da operadora de telefonia brasileira, e está estudando como se vai financiar, disse o presidente-executivo da holding, Luís Palha da Silva.

"A Pharol tem a intenção de manter a participação máxima que o processo de recuperação judicial aprovado possa permitir", afirmou o CEO, em entrevista à Reuters, por telefone.

"Para isso, está disposta, obviamente dentro dos termos do plano que venha a ser aprovado, encontrar, caso seja necessário, alguns recursos financeiros que permitam ir a uma menor diluição".

A Pharol detém cerca de 27,2 por cento da Oi.

"Sim, queremos manter participação, estamos à procura dos recursos que forem possíveis", disse.

"Estamos a estudar todos os cenários e, na medida do possível, iremos concorrer para que a solidez financeira da empresa seja uma realidade, quer através de um balanço forte, quer através de uma forte capacidade para investir num setor altamente competitivo como o das telecoms no Brasil".

Esta semana o conselho de administração da Oi aprovou ajustes ao plano de recuperação judicial da empresa, após a versão anterior ter sido criticada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O novo plano prevê um aumento de capital tanto de acionistas como de credores. O valor injetado pelos credores poderá chegar aos 5,5 bilhões de reais, e, se os acionistas se juntarem, chegar a 8 bilhões de reais.

"Vou desmentir claramente aqueles que dizem que nós queremos ficar com 100 por cento ou 85 por cento das ações. Nego peremptoriamente que a diluição se faça em valores muito baixos, antes pelo contrário, a diluição poderá ter valores bastante significativos em alguns cenários da aprovação da recuperação judicial", disse Luís Palha da Silva.

"Há muitos cenários e valores diferentes...A diluição é significativa para os acionistas".

Ele acrescentou que a Pharol tem tempo para preparar a participação na chamada de capital.

"É cedo, não vai ocorrer num horizonte de dois, três meses, nem pensar nisso, portanto temos tempo para pensar em diferentes cenários e instrumentos financeiros", disse o CEO.

O CEO acrescentou que o novo plano de recuperação judicial, que será votado pelos credores em assembleia marcada para o dia 7 de dezembro, vai ao encontro de todos as partes interessadas, incluindo os detentores de bônus.

"Estes últimos ajustamentos refletem algumas críticas que foram sendo levantadas e que se tentou responder da melhor forma possível", frisou Luís Palha da Silva.

"Julgo que as principais questões levantadas sobretudo sobre a tesouraria da empresa depois de ter atingido a recuperação judicial (...) ficaram resolvidas".

Contudo, sem especificar quem, o líder da Pharol lamentou a atitude pouco construtiva de alguns credores.

"Vejo que há alguns credores que pura e simplesmente não têm qualquer vontade de entrar em negociação com os outros 'stakeholders' da companhia e que para eles tudo isto é um processo de litigância permanente e baseado na litigância em si mesma e não na vontade de chegar a um acordo", afirmou.

"Não estou preocupado com o calendário da Pharol, estou preocupado com o calendário da Oi. Desejaria ardentemente que ainda fosse possível chegar a acordo para que no dia 7 de dezembro pudéssemos passar a outras fases da vida da empresa".

Acompanhe tudo sobre:OiRecuperações judiciaisAnatel

Mais de Negócios

38 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para trabalhar em cidades pequenas (e no interior)

Quais são os maiores supermercados do Rio Grande do Sul? Veja ranking

Brasileiro mais rico trabalhou apenas um ano para acumular fortuna de R$ 220 bilhões

Quais são os maiores supermercados do Nordeste? Veja quanto eles faturam