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Pfizer e AstraZeneca devem fechar negócio sozinhas ou juntas

As operações entre as duas empresas fracassaram, mas a Pfizer pode fazer uma nova proposta ou a AstraZeneca poderá optar por uma fusão com outra farmacêutica


	Entrada da sede da Pfizer, em São Paulo: o plano B da Pfizer pode ser adquirir a Shire Plc
 (Bárbara Ladeia/EXAME.com)

Entrada da sede da Pfizer, em São Paulo: o plano B da Pfizer pode ser adquirir a Shire Plc (Bárbara Ladeia/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 15h03.

Nova York - Grandes fusões ou aquisições fazem sentido para Pfizer Inc. e AstraZeneca Plc, mesmo se não forem entre elas.

Embora as negociações entre a Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, e a AstraZeneca, avaliada em US$ 87 bilhões, tenham fracassado, o Citigroup Inc. entende que a Pfizer fará uma nova proposta pela companhia ou que a AstraZeneca poderá optar por uma fusão com outra farmacêutica, como a Amgen Inc., como tática de defesa.

O plano B da Pfizer pode ser adquirir a Shire Plc, com sede em Dublin, disse a Albert Fried Co.

Ambas as empresas enfrentarão dificuldades para crescer nos próximos anos. A Pfizer precisa de novos produtos para substituir drogas que perderam proteção de patente e os promissores tratamentos da AstraZeneca contra o câncer ainda precisam de anos para chegar ao mercado.

Rivais menores estão procurando ativos no setor e construindo sua presença, ao mesmo tempo em que as aquisições no setor farmacêutico atingiram a maior alta em cinco anos, lideradas pela oferta de US$ 21 bilhões da Actavis Plc pela Forest Laboratories Inc., segundo dados compilados pela Bloomberg.

“Todos estão disputando esses ativos”, disse Sachin Shah, estrategista de arbitragem de situações especiais e fusões da Albert Fried em Nova York, em entrevista por telefone.

“Quando você tem essas grandes transações uma atrás da outra, surge a pergunta: o que os grandes do setor farmacêutico pensam sobre isso? Neste momento, a Pfizer provavelmente está chegando à conclusão de que precisa ter uma mentalidade de ‘compra’”.

Conversas informais

A Pfizer, com sede em Nova York, manteve conversas informais, agora descontinuadas, com a AstraZeneca a respeito da compra da empresa com sede em Londres, disseram nesta semana à Bloomberg News duas fontes familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem identificadas. Uma delas disse que as negociações ocorreram há muitos meses e que não há planos de retomá-las.

“Esse negócio pode fazer muito sentido para a Pfizer”, escreveu Alex Arfaei, analista da BMO em Nova York, ontem, em um relatório. “Primeiro, o acordo melhoraria de forma significativa a linha de produção da Pfizer, particularmente em imuno-oncologia. Segundo, obviamente haveria sinergias operacionais significativas”.


Opções da AstraZeneca

A AstraZeneca pode buscar uma fusão de empresas semelhantes como uma estratégia de defesa contra a Pfizer ou outros pretendentes potenciais, disse Andrew Baum, analista do Citigroup em Londres, notando que a Amgen, com um valor de mercado de US$ 89 bilhões, e a AbbVie Inc., a US$ 79 bilhões, têm programas de tratamento do câncer.

David Caouette, porta-voz da Amgen, que tem sede em Thousand Oaks, Califórnia, preferiu não comentar se a empresa foi abordada pela AstraZeneca ou se está à venda. Um representante da AbbVie, que tem sede em North Chicago, Illinois, não respondeu a pedidos por comentários.

A Bristol-Myers Squibb Co. seria o alvo ideal da Pfizer em qualquer caso, disse John Boris, analista do SunTrust Banks Inc., que tem sede em Atlanta.

A Bristol-Myers, cujo valor de mercado, de US$ 83 bilhões, está na mesma faixa do da AstraZeneca, “tem a vantagem de ser a primeira” em imunoterapias para tratamento de câncer, disse Boris, em entrevista por telefone. “Nós argumentaríamos que teria muito mais sentido empregar US$ 100 bilhões na Bristol-Myers”.

Outras fusões são iminentes. A Valeant Pharmaceuticals International Inc. e a Pershing Square Capital Management LP estão se unindo para tentar comprar a Allergan Inc., empresa avaliada em US$ 46 bilhões. A oferta pela fabricante do Botox, produto usado em tratamentos antirrugas, abrange dinheiro e ações, segundo um documento regulatório.

O CEO da Valeant, Mike Pearson, disse que sua meta é que a empresa garanta um lugar entre as cinco maiores fabricantes de medicamentos do mundo até o final de 2016, o que significa que a compradora serial precisa aumentar seu valor de mercado para mais de US$ 150 bilhões.

“Você tem a Valeant aí dizendo ‘estou indo atrás de vocês’”, disse Shah. Agora, se a Pfizer e a AstraZeneca fizerem negócios, “isso acordará todo mundo na indústria”.

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