GOL: às 14h16, as ações da GOL exibiam queda de 5,2% (Wikicommons)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 14h42.
São Paulo - A GOL Linhas Aéreas Inteligentes não espera que a recente redução do preço do petróleo no mercado internacional tenha efeito na dinâmica de preços de passagens aéreas e na disciplina de oferta da companhia, disse seu presidente-executivo, Paulo Kakinoff.
Os preços do petróleo dos Estados Unidos e do Brent caíram nos últimos cinco meses, em sua mais longa série de perdas desde a crise financeira de 2008, o que é benéfico para a GOL, que tem 40 por cento dos custos atrelados ao querosene de aviação.
Apesar disso, Kakinoff disse que as companhias aéreas estão priorizando a recuperação de margens em vez de uma eventual redução de preços de passagens ou aumento da oferta.
"Nossa expectativa é que não haja efeito na dinâmica de tarifas e na racionalidade da oferta vindo da queda do petróleo", afirmou o executivo em reunião com analistas e investidores nesta segunda-feira.
Em novembro, o vice-presidente financeiro da GOL, Edmar Lopes, havia afirmado esperar que a queda dos preços do petróleo resultasse em dezembro na diminuição dos preços do querosene de aviação.
Até meados de novembro, segundo ele, não houve mudança de patamar, uma vez que a queda do preço do petróleo foi contrabalançada pela valorização do dólar ante o real.
Lopes comentou nesta segunda-feira que a GOL espera que a oferta doméstica permaneça estável em 2015 em relação a este ano, conforme a empresa dá continuidade à sua estratégia de expansão das rotas internacionais e capacidade controlada para melhorar a eficiência no país - a GOL reduziu a oferta em 15 por cento desde 2011.
"Enxergamos um cenário ainda incerto com o menor crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro, e as companhias aéreas serão impactadas (no ano que vem)", acrescentou.
A companhia divulgou mais cedo que melhorou sua projeção de margem operacional para 2014, passando a prever um intervalo de 4 a 6 por cento, ante 3 a 6 por cento anteriormente.
A empresa já garantiu margem operacional no acumulado do ano de 4,6 por cento e o quarto trimestre, marcado pela alta temporada, é tradicionalmente mais forte para o setor.
EMBRAER VS BOEING
Kakinoff comentou ainda que a GOL deve decidir no primeiro semestre de 2015 se vai adquirir aeronaves no mercado existente ou de fábrica, em concorrência entre a Embraer e a Boeing, para substituir aviões com capacidade na faixa de 140 lugares em sua frota a partir de 2018.
A GOL tem aproximamente 35 aviões 737-700 da Boeing que precisam ser substituídos, segundo o executivo. A compra não tem relação com o plano de desenvolvimento da aviação regional anunciado pelo governo federal e que ainda precisa ser transformado em lei, esclareceu.
"Podemos fazer uma aquisição de aeronaves mais novas que as que temos no mercado existente ou, o que é nosso desejo, fazer uma compra de aeronaves de fábrica, concorrência que Embraer e Boeing estão disputando", disse.
Kakinoff acrescentou que os modelos avaliados pela GOL são o E2-195, da Embraer, e o 737 MAX 7, da Boeing.
Às 14h16, as ações da GOL exibiam queda de 5,2 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 4 por cento.