Negócios

Petroleiros criticam Eike em inauguração da P-56

Sindicalistas criticaram o empresário por suas obras fora do Brasil

"O senhor Eike Batista, que comprou áreas de exploração de petróleo no Brasil, agora quer construir lá fora petroleiros, plataformas e tudo", dissera a federação de petroleiros (Fabio Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

"O senhor Eike Batista, que comprou áreas de exploração de petróleo no Brasil, agora quer construir lá fora petroleiros, plataformas e tudo", dissera a federação de petroleiros (Fabio Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2011 às 17h54.

Angra dos Reis - O empresário Eike Batista virou hoje alvo de críticas durante discursos dos petroleiros na inauguração da plataforma P-56, em Angra dos Reis (RJ). Agradecendo muito à Petrobras por manter obras no País, representante da Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou o empresário por ele ter optado por contratar obras "lá fora".

"Esses empresários estão levando empregos para o exterior. O senhor Eike Batista, que comprou áreas de exploração de petróleo no Brasil, agora quer construir lá fora petroleiros, plataformas e tudo", disse no palanque em que se encontrava a presidente Dilma Rousseff, acompanhada de ministros e diretores da Petrobras.

Pouco antes, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local, Helio Ribeiro, apesar de ter anunciado ao longo da semana uma série de protestos para o dia da inauguração da P-56, apenas agradeceu à presidente Dilma Rousseff que, enquanto ministra, "encampou" a reivindicação do setor metalúrgico por maior concentração de obras de construção de plataformas e navios petroleiros no Brasil.

Já o prefeito de Angra dos Reis, Lucas Jordão, depois de ter sido vaiado ao ter seu nome anunciado na cerimônia, conseguiu arrancar aplausos dos cerca de oito mil trabalhadores que estavam sob o sol, assistindo aos discursos, ao defender a contratação imediata das sondas de perfuração para o pré-sal, em vez da realização de uma nova licitação, como pretende a Petrobrás.

Navios

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, admitiu a dificuldade de alguns estaleiros em realizar as obras de construção de navios petroleiros, plataformas e sondas de perfuração, por conta de uma necessária "curva de aprendizado".

Sem citar as dificuldades que o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) está enfrentando pela falta de experiência da mão de obra local, Rocha destacou que os prazos podem ser prejudicados, mas o trabalho "não será mal feito". "Existem certificadoras internacionais para garantir que isso não ocorra", disse.

Durante a semana, fontes informaram que parte do navio petroleiro João Cândido, que está sendo construído em Pernambuco, estaria com problemas estruturais e teria que ter parte das obras refeita.

Segundo Rocha, a indústria naval emprega hoje 58 mil pessoas e a licitação das 21 sondas do pré-sal que a estatal deve contratar em breve poderá gerar mais 15 mil empregos diretos. "Isso significa uma cadeia de 700 mil trabalhadores, dos quais 50% se concentram no Rio de Janeiro", destacou. Ele lembrou ainda que o Sinaval tem perspectivas de que o setor atinja 100 mil trabalhadores empregados diretos até 2015, dos quais 70% estarão no Rio de Janeiro.

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