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Petroleiras investirão US$ 1 bi em captura de carbono

O investimento, anunciado em um comunicado conjunto de dez companhias, visa a empregar tecnologias de baixo carbono em grande escala

Carbono: o investimento surge no momento em que o acordo climático de Paris, do ano passado, entra em vigor (AFP/Arquivo / Theo Heimann)

Carbono: o investimento surge no momento em que o acordo climático de Paris, do ano passado, entra em vigor (AFP/Arquivo / Theo Heimann)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 4 de novembro de 2016 às 20h53.

Londres - Algumas das maiores empresas de petróleo do mundo investirão US$ 1 bilhão durante os próximos 10 anos no desenvolvimento de tecnologias para capturar e armazenar emissões de gases causadores do efeito estufa e melhorar a eficiência energética.

O investimento, anunciado nesta sexta-feira em um comunicado conjunto de dez companhias, incluindo Saudi Arabian Oil, Royal Dutch Shell, Total, BP, Eni, Statoil e Repsol, visa a empregar tecnologias de baixo carbono em grande escala.

Essas produtoras de energia, que juntas planejam mais de US$ 90 bilhões em investimento de capital neste ano, fazem parte da Iniciativa Climática de Petróleo e Gás (OGCI, na sigla em inglês), que busca formas de o setor apoiar um acordo global para combater a mudança climática e continuar produzindo suas reservas de hidrocarboneto.

“A criação da OGCI Climate Investments mostra nossa determinação coletiva de fornecer tecnologias em grande escala que criarão uma mudança significativa para ajudar a solucionar o desafio climático”, afirma o comunicado.

“Ao trabalhar com as demais, nossas empresas cumprem um papel importante para a redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa.”

O investimento surge no momento em que o acordo climático de Paris, do ano passado, entra em vigor e três dias antes da reunião de representantes de quase 200 países em Marrakesh, no Marrocos, para a última rodada de negociações para fechar o acordo.

As companhias, que juntas respondem por cerca de um quinto da produção mundial de petróleo e gás, apoiaram no ano passado políticas coerentes com a limitação do aumento das temperaturas médias globais em até 2 graus Celsius.

Insuficiente

“É encorajador que as dez companhias tenham visto a necessidade de atuar no dia em que o acordo de Paris entra em vigor, mas cada uma delas elas está comprometendo apenas U$ 10 milhões por ano durante dez anos”, disse Jeremy Leggett, presidente do conselho da Carbon Tracker Initiative, fundador da Solar Century Holdings e autor de quatro livros sobre mudança climática e energia.

“Considerando que o mundo precisa mobilizar trilhões de dólares por ano para a energia limpa dentro desse prazo para cumprir o objetivo de Paris, essa iniciativa não é suficiente, nem de longe.”

Para dar ao mundo uma chance de 50 por cento de limitar o aumento das temperaturas a menos de 2 graus Celsius, cerca de um terço das reservas de petróleo, metade do gás natural e 80 por cento do carvão precisa não ser queimado, segundo a Energy & Climate Intelligence Unit, uma organização de pesquisa com sede em Londres.

O mundo precisa se concentrar em formas de capturar as emissões de gases causadores do efeito estufa, em vez de pensar em manter petróleo inexplorado, disse o ex-ministro do Petróleo saudita Ali Al-Naimi em um evento, na sexta-feira, em Londres.

“Não há absolutamente nada de errado com os combustíveis fósseis” e desde o acordo climático de Paris, o reino, que possui cerca de 260 bilhões de barris de reservas de petróleo, está se concentrando em formas de capturar emissões, disse ele.

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