A estimativa para a Chevron é de um prejuízo de 85 centavos de dólar por ação no segundo trimestre (Marco Bello/Reuters)
Denyse Godoy
Publicado em 31 de julho de 2020 às 06h47.
Última atualização em 31 de julho de 2020 às 07h17.
Alguns setores são óbvios beneficiários das mudanças da economia provocadas pela pandemia do novo coronavírus, como o de tecnologia. Em outros, a capacidade individual de inovação na crise determina o sucesso ou fracasso de cada empresa. No caso das petroleiras, porém, os investidores já sabem: a covid-19 fez um grande estrago nas finanças e deve continuar pesando por um bom tempo.
A Exxon Mobil e a Chevron, as duas maiores produtoras de petróleo dos Estados Unidos em valor de mercado, divulgam nesta sexta-feira, 31, antes da abertura da bolsa de Nova York, os seus balanços relativos ao segundo trimestre do ano.
A projeção média dos analistas é de que a Exxon anuncie um prejuízo de 63 centavos de dólar por ação no período de abril a junho deste ano, comparável a um lucro de 73 centavos de dólar por ação um ano antes. Suas receitas devem ter recuado 47,8%, para 36,1 bilhões de dólares. Para a Chevron, a estimativa é de um prejuízo de 85 centavos de dólar por ação no segundo trimestre ano contra um lucro de 2,27 dólares por ação no mesmo intervalo de 2019. A baixa do faturamento deve ser de 47,3%, a 20,49 bilhões de dólares.
Ontem, a Shell, subsidiária americana do grupo anglo-holandês, anunciou uma queda de 81,8% no lucro trimestral, para 638 milhões de dólares. A brasileira Petrobras informou que teve um prejuízo de 2,7 bilhões de reais.
Em todo o mundo, as petroleiras sofreram com a queda na demanda por combustível devido ao isolamento social para deter o contágio da infecção respiratória covid-19. Os preços do petróleo se recuperaram um pouco desde o forte tombo de abril, porém, com o barril na casa de 40 dólares, ainda estão cerca de 30% abaixo do início do ano.
Pior do que os números passados é a imensa incerteza para o curto e médio prazo. O surgimento de novos focos de coronavírus em todo o mundo levanta dúvidas sobre a esperada retomada da economia. Para enfrentar o que pode ser um longo período de vacas magras, a Exxon já anunciou um profundo corte de custos, com demissão de funcionários. Os próximos meses tendem a ser bastante tensos no setor que move o mundo e agora enfrenta uma inédita paralisia.