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Petrobras vê sinergia com Galp e ainda avalia compra

A especulação sobre a compra da fatia de um pouco mais de 33 por cento da italiana Eni na Galp não é bem vista pelo mercado

Plataforma da Petrobras na Bacia de Santos (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

Plataforma da Petrobras na Bacia de Santos (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 18h44.

Rio de Janeiro - A Petrobras ainda avalia a compra de uma participação na portuguesa Galp, que poderia servir de porta de entrada para a estatal brasileira distribuir derivados na Europa, disse à Reuters o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa.

"Está se avaliando ainda do ponto de vista do negócio, se é ou não conveniente para a empresa. O dia em que os técnicos encarregados chegarem à conclusão eles vão fazer o processo interno e vamos ver se aprova ou não", disse o diretor.

Segundo ele, a possível compra também teria a vantagem de aumentar a presença da estatal no pré-sal da bacia de Santos, onde as duas empresas são sócias.

"A Galp tem reservas, ou melhor, reservas potenciais no pré-sal, e outra coisa que qualquer um vê é que a Petrobras daqui a pouco vai ser uma grande exportadora de petróleo, seria a entrada na Europa", afirmou.

A especulação sobre a compra pela estatal brasileira da fatia de um pouco mais de 33 por cento da italiana Eni na Galp não é bem vista pelo mercado, que considerou alto o preço de 3,5 bilhões de euros divulgado por jornais no início de 2011 como sendo a proposta da Petrobras.

Barbassa não quis comentar detalhes do possível negócio, afirmando apenas que no momento não há como dizer se vão ou não comprar.

"Primeiro a gente tem que se convencer que é uma operação viável e depois convencer os diversos escalões da empresa", explicou.

Se concretizado, o negócio aumentaria o potencial de reservas da Petrobras, hoje em torno dos 12 bilhões de barris sob os critérios da Securitie Exchange Comission (Sec), mas que na noite de sexta-feira será incrementado pelas reservas apropriadadas em 2010.

"Para incorporar uma reserva tem que ser economicamente explotável e ter evidências suficientes para comprovar a condição de produzir essa riqueza", simplificou o diretor sem querer antecipar qual o volume será incorporado.

No ano passado, quando os campos de Lula (ex-Tupi) e Cernambi (ex-Iracema) ainda não haviam sido declarados comercialmente viáveis pela Petrobras, foram incorporados mais de 800 milhões em reservas.

Antes de divulgar os números, a empresa terá que realizar um novo encontro dos seus conselheiros para aprovação.

O diretor se disse otimista com os preços do petróleo no mercado internacional, ressaltando que passaria a ser um problema econômico global se caisse para abaixo de 70 dólares o barril.

"É uma faixa de conforto entre 70 a 100 dólares, abaixo de 70 tem muito petróleo sendo produzido no mundo que se torna antieconômico, e os paises importadores também sofrem muito", disse, estimando para 2011 uma faixa entre 80 e 100 dólares o barril.

"É possível (ultrapassar 100 dólares), mas tem muita variável no mercado de petróleo, é muito difícil dizer... acho que essa faixa (80-100 dólares) atende tanto ao produtor como o consumidor", afirmou.

Segundo ele, apesar da alta recente do petróleo não há estudo no momento para reajustar a gasolina e o diesel no mercado interno.

"Não temos um patamar prefixado, estamos avaliando isso constantemente, mas não tem um patamar para mudar", explicou o executivo.

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