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Petrobras ultrapassa Exxon em gastos com pesquisa

A empresa investiu US$ 1,13 bilhão em pesquisa e desenvolvimento em 2012, a maior taxa entre as 17 produtoras de petróleo mais valiosas do mundo


	Funcionário da Petrobrás em refinaria de petróleo: sem o desenvolvimento de tecnologias de extração profunda, a Petrobras terá dificuldades para explorar o pré-sal, por exemplo
 (Petrobras/Divulgação)

Funcionário da Petrobrás em refinaria de petróleo: sem o desenvolvimento de tecnologias de extração profunda, a Petrobras terá dificuldades para explorar o pré-sal, por exemplo (Petrobras/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 10h36.

Buenos Aires - A Petróleo Brasileiro SA está separando água de óleo ao bombear petróleo bruto do fundo do oceano, na costa brasileira. Nenhuma outra empresa fez isso antes.

O processo, que consiste em um mecanismo de separação e reinjeção nas plataformas em alto-mar, é o primeiro deste tipo a profundidades maiores que 1.000 pés e abre espaço para que as plataformas possam servir mais poços. Ele foi desenvolvido pela Petrobras e pela FMC Technologies Inc. em um centro de pesquisa e desenvolvimento que reúne 227 laboratórios em uma ilha na costa do Rio de Janeiro.

Sem o desenvolvimento de tecnologias como essa, a Petrobras terá dificuldades para explorar as maiores descobertas do mundo neste século, presas sob uma camada de sal na costa sudeste do Brasil, incluindo o campo de Libra, que deverá ir a leilão em outubro. A empresa estatal investiu US$ 1,13 bilhão, ou 0,8 por cento de suas vendas, em pesquisa e desenvolvimento no ano passado, a maior taxa entre as 17 produtoras de petróleo mais valiosas do mundo, segundo dados compilados pela Bloomberg. A Exxon Mobil Corp. gastou 0,3 por cento.

“Estamos ganhando confiança dia após dia, investindo muito e colocando nossos melhores homens aqui”, disse José Roberto Fagundes, gerente-geral da unidade, em entrevista. “Há cinco anos tivemos uma ideia. Sabíamos que era algo diferente, mas não sabíamos exatamente quão arriscado seria.”

Chave do crescimento

Os engenheiros da Petrobras analisam o trabalho em uma tela feita sob medida e em alta resolução, nesse centro que está à frente das unidades de pesquisa e desenvolvimento de pelo menos seis outras companhias petrolíferas. A Ilha do Fundão -- onde os cientistas da Petrobras trabalham, a 11 milhas da praia de Copacabana e a uma temperatura média de 24 graus -- tornou-se um dos lugares mais ricos do mundo para o estudo avançado sobre extração de petróleo.


Para a Petrobras e parceiros, como a britânica BG Group Plc e a joint venture Repsol Sinopec Brasil SA, a pesquisa sobre os campos do pré-sal no Brasil podem ser a chave para a produção no futuro. Estas empresas estão tentando acabar com o mistério de como o óleo flui para fora dessas reservas off-shore de carbonato, que variam de campo para campo e são diferentes de qualquer outra existente no mundo. A BG e a Repsol disseram que o pré-sal brasileiro é um pilar central para seu futuro.

Acompanhada

A Petrobras não está sozinha em sua unidade tecnológica no Brasil. Por lei, produtores que têm concessões nos principais campos de petróleo do país, como os do pré-sal, precisam investir 1 por cento de sua receita em tecnologia para os campos sob um regime conhecido como participação especial. Outras áreas têm participações mais baixas.

Empresas como FMC, Schlumberger Ltd, Halliburton Co. e Baker Hughes Inc., todas elas fornecedoras da Petrobras, instalaram centros regionais de pesquisa e desenvolvimento na mesma ilha e a BG está construindo seu quartel-general global de tecnologia lá. Após trabalhar com a Petrobras no sistema de injeção submarina, a FMC, com sede em Houston, desenvolveu um projeto similar com a Royal Dutch Shell Plc. no Golfo do México.

Embora a colaboração FMC-Petrobras não seja para o pré-sal, o grosso da pesquisa no Brasil está focado no pré-sal. “Devido ao tamanho do pré-sal, conseguimos convencê-los a abrir seus centros de pesquisa aqui”, disse Fagundes, da Petrobras. “Nós desenvolvemos o hardware para nossa tecnologia com nossos fornecedores. Nós compartilhamos nossas necessidades.”

‘Muito remoto’

O setor de pesquisa e desenvolvimento da produtora brasileira levou à apresentação de 175 patentes em três anos, até 31 de dezembro de 2012, disse a assessoria de imprensa da empresa por e-mail. As patentes abrangem desde sistemas de bombeamento submarinos até um processo para produção de hidrogênio a partir do etanol.

A novidade do pré-sal e as distâncias físicas envolvidas na extração do óleo são os principais desafios enfrentados pela Petrobras, de acordo com Ruaraidh Montgomery, analista sênior da empresa de pesquisas de petróleo e gás Wood Mackenzie.

“Quando eles se voltaram para águas profundas eles foram realmente uma empresa pioneira”, disse Montgomery em entrevista por telefone, de Houston. “Agora nós temos o pré-sal, um lugar muito remoto.”

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