A Petrobras, a Braskem e o Grupo Ultra devem anunciar, nesta segunda-feira (19/3), a compra do Grupo Ipiranga por um valor entre 1,5 bilhão e 4 bilhões de dólares, segundo estimativas do mercado.

De acordo com notícias veiculadas pelos jornais nesta manhã, a Ipiranga será vendida em bloco, e não em partes, como desejavam as cinco famílias que o controlam atualmente: Tellechea, Ormazabaal, Gouvêa Vieira, Matos e Aguiar. Os novos controladores, porém, irão repartir o grupo após a conclusão do negócio.

A área petroquímica passará para a Braskem, maior companhia latino-americana do setor, que a tocará em parceria com a Petroquisa - divisão petroquímica da Petrobras.

A divisão de petróleo, que engloba a Ipiranga Asfalto, uma refinaria, e a segunda maior rede de distribuição do país, será repartida entre a Petrobras e o Grupo Ultra. Ao assumir a rede de postos Ipiranga, a Petrobras deterá cerca de 50% de participação nesse mercado, ante os 32% atuais. A operação deve ser, portanto, submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

No ano passado, a receita líquida do Grupo Ipiranga foi de 21,6 bilhões de reais, 13% maior que o de 2005. Seu lucro líquido foi de 538,8 milhões de reais, 3,1% superior.

Na sexta-feira (16/3), as ações da Ipiranga chamaram a atenção na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ao subirem 3,57%,em um dia em que o Ibovespa recuou 1,27%. A valorização chamou a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já informou que investigará o caso.